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Embora o relatório do Conselho de Ética recomendando o afastamento de João Cláudio Derosso (PSDB) seja um golpe no poder do vereador, a cientista política Luciana Veiga, da Universidade Federal do Paraná (UFPR) afirma que ele ainda não perdeu a batalha. Segundo a professora, o relatório poderia ser visto, inclusive, como uma estratégia para, mais à frente, permitir a absolvição do tucano.

"Os vereadores aliados a Derosso podem estar querendo dar uma satisfação à opinião pública, garantindo uma punição que seja visível mas que, ao mesmo tempo, não seja pesada demais para o vereador", afirmou. Segundo ela, também não pode ser descartada a possibilidade de os vereadores negociarem uma saída com Derosso. "O relatório pode não ser aprovado. Pode ser um instrumento de negociação", disse

No meio político, a recomendação de que o vereador seja suspenso de seu mandato foi vista como uma punição leve, dado o peso das acusações contra Derosso. O deputado federal Rubens Bueno (PPS), por exemplo, afirmou que o novo fato mostra que o presidente da Câmara não tem mais condições morais de permanecer no cargo. "O Derosso precisa renunciar ao cargo imediatamente. Não há porque continuarmos com esse costume de as pessoas se segurarem no cargo a todo custo", disse.

Para o senador Alvaro Dias (PSDB), Derosso precisa ser afastado do partido. O senador afirmou ainda que, se houve ilícito, a pena deve ser considerada "suave". "Não conheço o processo em detalhes, não pude ler o relatório ainda. Mas o que me parece é que se a irregularidade foi constatada, a punição é bastante suave."

Punição

Ex-correligionário de Derosso, Gustavo Fruet, que deixou o PSDB neste ano, também disse que a punição prevista no relatório é pequena. "Não acredito que possa haver gradação de punição em caso de quebra de decoro. Ou o decoro foi quebrado e o parlamentar deve perder o mandato, ou não houve quebra de decoro", disse o ex-deputado. Para Fruet, porém, o "ponto positivo" foi que o relatório produzido pelo vereador Jorge Yamawaki (PSDB), "não optou pela contemporização". "Houve o reconhecimento das irregularidades", afirmou.

A reportagem tentou ouvir o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), sobre o resultado da investigação feita pelo Conselho de Ética da Câmara, mas a assessoria de imprensa não retornou o contato até o fechamento desta edição.

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