Perito oficial contesta versão de que JK foi assassinado

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O perito Sérgio de Souza Leite, um dos responsáveis pelo laudo oficial sobre o acidente de trânsito que matou o ex-presidente Juscelino Kubitschek, em agosto de 1976, ameaça processar o presidente da Comissão da Verdade de São Paulo, vereador Gilberto Natalini (PV). Natalini pode ser acusado por Leite de calúnia, injúria e difamação. O perito se insurgiu contra versão sustentada pela comissão de que JK teria sido assassinado.

O perito garante que a morte do ex-presidente foi provocada pelo acidente, conclusão que diz ter sido acolhida na época pelo Ministério Público e pela própria viúva, Sarah Kubitschek. A versão oficial sustenta que Juscelino e seu motorista, Geraldo Ribeiro, morreram na Rodovia Presidente Dutra (Rio-São Paulo) quando o carro em que estava o ex-presidente colidiu com uma carreta, após ter sido fechado por um ônibus.

Porém, a morte ganhou nova explicação em dezembro, após uma série de audiências na Comissão da Verdade paulistana. Natalini diz que uma das evidências de que houve crime está em outra perícia, que menciona a existência de um fragmento metálico no crânio do motorista – supostamente de uma bala disparada com o intuito de matar o condutor do veículo e provocar o acidente.

"Fiz um trabalho perfeito, do qual me orgulho. Portanto, não vou ficar ouvindo tudo isso calado", afirma Leite. Natalini diz que o perito tem todo o direito de acionar a Justiça caso se sinta prejudicado, mas afirma que a comissão está convicta de que há erros nos laudos feitos não só por Leite mas por outros peritos no caso da morte de JK.