Os médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) fazem assembléia nacional na tarde desta quinta-feira para decidir se mantêm a greve iniciada na quarta. Caso os médicos decidam pela continuidade da paralisação, pelo menos 30% do atendimento deverá ser mantido para casos de emergências, segundo decisão da juíza Emília Maria Velano, da 15ª Vara Federal de Brasília, que legitimou a greve, mas impôs a condição de 30% dos peritos trabalharem.

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A principal reivindicação dos médicos é mais segurança no trabalho. Outro pedido é que os laudos sejam encaminhados pelo correio. A pauta inclui ainda pedidos para aumentar o número de consultórios e melhorar o atendimento para os beneficiados. Segundo a Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), muitas vezes os segurados insatisfeitos agridem os médicos.

Segundo o presidente da associação, Eduardo Henrique Almeida, a paralisação, que estava programada para terminar nesta quinta, poderá se estender por tempo indeterminado diante do assassinato da médica perita Maria Cristina Souza Felipe da Silva, na quarta-feira, em Governador Valadares (MG). Maria Cristina foi assassinada com quatro tiros na frente de sua residência. A servidora era também delegada da ANMP e, antes do crime, havia concedido diversas entrevistas reclamando das ameaças que os médicos peritos sofriam no trabalho.

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A agência onde Maria Cristina Felipe da Silva trabalhava está fechada. No prédio, uma faixa em sinal de luto. Maria Cristina, de 56 anos, era casada e tinha quatro filhos. Um deles disse, durante o velório nesta quinta-feira, que a mãe comentou que havia encontrado indícios de fraude e que, com o movimento dos peritos, a começar um processo de limpeza. Ele acredita que a mãe foi vítima de um crime encomendado.

De acordo com levantamento parcial da ANMP, a paralisação teve adesão de 90% da categoria. Bauru (SP) e Anápolis (GO) foram as únicas cidades onde não houve greve.

Ainda de acordo com a associação, atualmente existem 1.300 salas para 4.800 médicos atenderem cerca de 500 mil consultas por mês. Com a paralisação, os segurados do INSS não podem fazer a perícia necessária para o pagamento de benefícios como o auxílio-doença e a aposentaria por invalidez.

A perita Ana Maria Facci acredita haver uma relação entre o assassinato de Maria Cristina e a greve dos peritos:

" A maior causa de agressão é quando você nega o pedido. O segurado não fica satisfeito e agride o médico "

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- A maior causa de agressão é quando você nega o pedido. O segurado não fica satisfeito e agride o médico.

O Ministério da Previdência e o INSS divulgaram nota lamentando a morte da servidora. O Ministério informou também que solicitou o acompanhamento do caso à Polícia Federal.