Aproximadamente 100 votos estão em disputa para aprovar ou rejeitar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, atualizado na noite desta segunda-feira (11), e também do Datafolha, divulgado no último final de semana, indicam que o cenário ainda está aberto. Isso significa que as negociações e acordos políticos e partidários, tanto do governo quanto da oposição, devem se intensificar até as vésperas da votação final, prevista para ocorrer no domingo (17).
Pelo Datafolha, cerca de 18% dos deputados da Câmara, que representam 97 parlamentares, mostram-se indecisos para definir o futuro de Dilma. O levantamento do Estadão aponta que, somados os que não quiseram responder (43) ou afirmaram explicitamente estarem indecisos (48), 91 votos de deputados permanecem em jogo.
Comissão especial
Nesta segunda-feira (11), a comissão especial do impeachment da Câmara aprovou, por 38 votos a 27, o parecer do relator, Jovair Arantes (PTB-GO), pela admissibilidade do processo contra a presidente Dilma Rousseff. A votação do relatório aprovado está marcada para começar na próxima sexta-feira (15) no plenário da Casa.
Nem oposição e nem o Planalto conseguem, pelos levantamentos, votos suficientes para dar a disputa como ganha. Segundo o Estadão, 299 deputados declaram ser favoráveis ao impeachment. O Datafolha indica que 60% dos parlamentares darão votos favoráveis ao impedimento da petista. Ambos os números não chegam aos 342 necessários (67% da Câmara) para que a ação de impeachment prossiga e seja levada ao Senado.
Do outro lado, quem é contrário ao afastamento da presidente também não alcança os 172 votos necessários para se livrar do processo. É preciso, no entanto, apontar que as abstenções podem ajudar o governo, já que é a oposição que precisa obrigatoriamente somar votos para afastar Dilma do cargo. O Estado de S. Paulo aponta que 123 deputados são contrários ao impeachment e o Datafolha, 108.
Os levantamentos vão contra as informações que correm nos bastidores do Congresso Nacional feitas na quinta-feira passada (7). Segundo o vice-líder do governo no Congresso, Ricardo Barros (PP-PR), Dilma teria 193 votos contra a abertura do processo de impeachment – quantia suficiente para barrar o impedimento.
Estatístico contraria pesquisas
O professor de economia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Regis Ely, em entrevista à Folha de S. Paulo, realizou um levantamento estatístico que apontou que o impeachment da presidente Dilma teria a aprovação de 72% dos deputados. A previsão contraria os levantamentos divulgados até o momento. O índice apontado por ele seria suficiente para o impedimento da governante.
Ely parte do princípio de que a decisão dos deputados sofre influência do partido e do estado pelo qual foram eleitos. Com base nisso, ele infere qual será a posição dos que ainda não declararam seu voto.
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