Divulgada ontem sob suspeição, a pesquisa Sensus encomendada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada de São Paulo (Sintrapav) aponta empate técnico na corrida presidencial entre o tucano José Serra (32,7%) e a petista Dilma Rousseff (32,4%). É o resultado mais apertado já detectado em levantamentos até agora.
De acordo com a sondagem, Ciro Gomes (PSB) teria 10,1%, e Marina Silva (PV), 8,1%. O porcentual de brancos e nulos é de 7,7%. Outros 9,1% dos eleitores disseram que "não sabem ou não responderam.
O instituto simulou um eventual segundo turno entre Serra e Dilma, cujo cenário também sugere empate técnico: 41,7% para o tucano contra 39,7% a favor da petista. Votariam em branco ou nulo 10,1%. Outros 8,5% disseram que não sabem em quem votariam ou não responderam. Tanto Serra quanto Dilma venceriam os demais adversários no segundo turno.
Suspeita
A Sensus comunicou inicialmente à Justiça Eleitoral de que o contratante da pesquisa era o Sindicato de trabalhadores em concessionárias de rodovias (Sindecrep), que negou a encomenda, segundo revelou o jornal Folha de S. Paulo em reportagem publicada no sábado. O instituto afirmou que se tratava de um "erro material, corrigido em seguida.
O Sintrapav é filiado à Força Sindical, responsável pela divulgação dos números. O presidente da Força é o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), cujo partido apoia Dilma.
Ontem, no banco de dados do tribunal, constava um pedido de impugnação da pesquisa. Segundo o TSE, trata-se de uma contestação do nanico PRTB, que será analisada por um ministro do tribunal, mas isso não impediria a divulgação do levantamento.
Reação
O PSDB desqualificou a pesquisa. Líderes tucanos disseram que o levantamento, por ser encomendado por um sindicato favorável a Dilma, tem o objetivo de impactar negativamente a campanha de Serra. "Os institutos de pesquisa deveriam ter um certo regulamento. Eu acho meio surreal um sindicato encomendar pesquisa", afirmou o senador Arthur Virgílio (AM).
Entre os petistas, o clima foi de comemoração. Os partidários de Dilma, no entanto, querem evitar "salto alto". "Os números tem de ser recebidos com as nossas sandálias da humildade", comentou o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) no Twitter.
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