Nem Dilma Rousseff, nem Michel Temer. A maioria dos brasileiros (52%) prefere a realização de uma nova eleição para a Presidência da República, no mês de outubro. O número integra uma pesquisa feita pela Ipsos, empresa independente na área de pesquisa de mercado e presente em 87 países.
Entre os preferem uma nova eleição, 38% desejam que o presidente interino convoque novas eleições e 14% opinam que é a presidente afastada quem deveria chamar um novo pleito, após retornar ao cargo. A resposta foi dada pelos entrevistados, a partir de cinco alternativas colocadas, quando questionados sobre o que seria “melhor para o Brasil”.
Como os brasileiros responderam à pergunta “O que é melhor para o Brasil?”
A pesquisa foi realizada entre os dias 1 e 12 deste mês, com 1.200 pessoas, em 72 cidades brasileiras. A margem de erro é de três pontos percentuais.
O restante dos entrevistados, quando questionados sobre o que seria melhor para o país, se dividiu entre aqueles que desejam que a petista volte ao cargo e termine seu mandato (20%); aqueles que querem ver o peemedebista chegar até o fim de 2018 (16%); e aqueles que não sabem ou não responderam (12%).
Região e classe social
A Ipsos também divulgou dados sobre os entrevistados. A presidente afastada Dilma Rousseff se sai melhor na região Nordeste e entre os entrevistados das classes D e E, enquanto o presidente interino Michel Temer tem mais respaldo do Sudeste e nas classes A e B.
Do total de entrevistados que mora no Nordeste, a maior fatia (39%) quer o retorno de Dilma e a permanência dela no mandato até o final de 2018. A mesma resposta foi dada pela maior parte das pessoas que pertencem às classes D e E (32%).
Já nas classes A e B, a maior parte prefere que Temer convoque novas eleições (46%). A segunda maior fatia (19%) é daqueles que querem ver o peemedebista cumprir todo o mandato. Na região Sudeste, a maioria (40%) também defende um novo pleito convocado por Temer. O segundo maior número (18%) é daqueles que preferem a permanência de Temer até o final de 2018.
Impeachment
A maioria dos entrevistados – 48% - defende o impeachment. Em março do ano passado, a pesquisa registrava o mesmo número (48%). Já o número de pessoas que rechaça o processo de impedimento cresceu agora dois pontos, na comparação com 2015, em função da leve redução do número de indecisos.
Apesar de a maioria defender o impeachment da petista, o desempenho de Temer é negativo. Em agosto de 2015, quando o peemedebista era mais desconhecido, 51% desaprovava seu nome. Atualmente, o número subiu para 68%. Já Dilma melhorou na comparação com os dois mesmos períodos – agosto de 2015 e julho de 2016, mas sua desaprovação continua elevada. No ano passado, 86% desaprovava a petista, contra 71% registrado agora.
Para Danilo Cersosimo, diretor da Ipsos, o desejo de novas eleições é reflexo dos altos índices de desaprovação tanto de Dilma quanto de Temer. “Ele ainda não conseguiu associar sua gestão a soluções dos principais problemas que afligem o brasileiro, como o combate à inflação e ao desemprego. E também há um descontentamento generalizado com a classe política e novas eleições trazem a percepção de que novos nomes podem surgir como alternativa”, analisa ele.