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 | Edilson Rodrigues/Agência Senado
| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Terminadas as eleições municipais, os atores políticos do Paraná já começaram a pensar mais à frente – no pleito de 2018, que definirá o novo governador do estado. E, ao menos por ora, os números apontam favoritismo para os irmãos Alvaro (PV) e Osmar Dias (PDT). Eles lideram os três cenários de um levantamento feito pelo Paraná Pesquisas a pedido da Gazeta do Povo.

Virtual governadora em abril de 2018, Cida Borghetti terá caneta na mão para articular alianças

Apesar de não ter obtido nem sequer dois dígitos nos três cenários pesquisados, a vice-governadora Cida Borghetti (PP) deverá ter papel de protagonista no ano eleitoral. Como tudo leva a crer que, no fim de março de 2018, o governador Beto Richa (PSDB) renunciará ao mandato para poder disputar uma das duas cadeiras ao Senado, ela será a chefe do Executivo estadual por nove meses.

Para Murilo Hidalgo, diretor do Paraná Pesquisas, ter a “caneta nas mãos” para fazer as costuras e articulações políticas muda completamente o jogo eleitoral. Ele projeta que, se renunciar, Richa não terá outra saída a não ser se aliar a Cida na disputa pelo Palácio Iguaçu – seja para não entregar o governo a um adversário, seja para não correr o risco de ter outros dois concorrentes fortes para o Senado em uma outra chapa.

Hidalgo relembra 2010, quando Roberto Requião (PMDB) rompeu com o vice Orlando Pessuti (PMDB) ao renunciar para se candidatar a senador e viu o então deputado federal Gustavo Fruet – à época no PSDB – terminar em terceiro lugar, a menos de dois pontos porcentuais de distância.

“Se o Beto rompe com a Cida, o que ele faz no dia seguinte? Vira inimigo, entrega o governo a um adversário? Ele não terá mais a caneta em 2018. Por isso, o mais provável é compor com a Cida. Não vejo como eles romperem”, argumenta. “Além disso, a Cida nunca disputou uma majoritária na cabeça de chapa. E já pontuar com 5%, 6% não pode ser desprezado”, acrescenta Hidalgo.

Apesar de faltarem quase dois anos para a disputa pelo Palácio Iguaçu, já há pelo menos três pré-candidatos colocados: Osmar Dias, o secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano, Ratinho Jr. (PSD), e a vice-governadora Cida Borghetti (PP). Roberto Requião (PMDB), que terá o mandato no Senado concluído em 2018, é outro possível nome na disputa. Cotado para o pleito, Alvaro Dias, no momento, tem o desejo de se candidatar à Presidência da República. Já o PT, na estratégia de recuperar o espaço perdido com a Operação Lava Jato, certamente terá postulante ao Executivo estadual.

Nesse emaranhado de nomes, os tradicionais irmãos Dias saem na frente dos demais. No embate direto contra Requião, Alvaro lidera com 36% contra 26,4%, enquanto Osmar tem 28,3% ante 27% do peemedebista. Nesses cenários, Ratinho Jr. aparece em terceiro, na casa dos 20 pontos, enquanto Cida Borghetti fica em quarto lugar, pontuando com apenas um dígito. Sem Requião e com um petista na disputa (Enio Verri), Osmar e Ratinho disputariam a liderança – 37,7% versus 29,7% (veja infográfico).

Análise

Diretor do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo diz ser inegável a força dos irmãos Dias no cenário político local. Segundo ele, essa polarização em torno do nome dos dois – Alvaro para presidente e Osmar para o governo – lhes dá vantagem na briga com os concorrentes. “Ainda que o Alvaro não se viabilize para a Presidência, essa bola dividida é boa para os dois. Eles só têm a ganhar com isso”, afirma. Oficialmente, ambos garantem há bastante tempo que jamais concorrerão um contra o outro.

Sobre Requião, Hidalgo avalia que ele já sai com um bom porcentual de arranque, muito próximo dos 27,56% que fez na eleição de 2014, quando ficou em segundo lugar na disputa contra Beto Richa (PSDB). “Ainda é cedo para saber se ele concorrerá ao governo ou ao Senado, mas o nome e o peso dele são muito fortes.”

Já Ratinho está na posição política mais difícil na briga pelo Palácio Iguaçu, analisa o diretor do Paraná Pesquisas. Vendo Osmar e Cida mais à frente na corrida para se lançarem como candidatos do governo em 2018, ele seria um “belo candidato ao Senado” na visão de Hidalgo, diante do porcentual expressivo de intenção de votos na disputa majoritária.

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