O líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), fez um cruzamento de dados entre o relatório do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) e a visita de assessores e pessoas ligadas a parlamentares petistas à agência do Banco Rural no Brasília Shopping, que estaria sendo usada para pagar mensalão a parlamentares, segundo denúncia do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). O Coaf registra apenas saques de, no mínimo, R$ 100 mil. O deputado cruzou a lista de pessoas que foram ao Banco Rural nos mesmos dias em que foram feitos saques volumosos em dinheiro, com a relação de funcionários de gabinetes da Câmara e nomes de cônjuges. Apareceram nomes de pessoas ligadas a, pelo menos, nove petistas, entre eles o líder do PT, Paulo Rocha, e o ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha.
- Esse primeiro cruzamento mostra que, de fato, assessores desses deputados estiveram no Banco Rural, naquela data, que coincide com o levantamento do Coaf, em relação a saques da conta do senhor Marcos Valério. Essa investigação deve ser aprofundada pela CPI dos Correios - afirmou Rodrigo Maia.
Uma assessora do líder petista, a secretária do ex-presidente da Câmara e sua mulher fazem parte da lista de pessoas que estiveram na agência do Banco Rural em Brasília.
O ex-presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha, divulgou nota em que afirma que sua secretária e sua mulher foram à agência do Banco Rural tratar de problemas com contas de TV a cabo que só poderiam ser resolvido no Banco Rural, titular da cobrança - e que tem apenas uma agência em Brasília. Na nota, João Paulo afirma que um informe sobre as passagens delas pela agência foi entregue à CPI dos Correios.
O cruzamento de dados feito pelo deputado Rodrigo Maia encontrou pessoas ligadas a outros petistas na lista dos visitantes do Banco Rural, mas em dias em que o Coaf não registrou saques de R$ 100 mil ou mais.
- O que a CPI está fazendo é uma grande irresponsabilidade. Eles estão fazendo uma loucura, relacionando a lista de frequentadores do prédio aos saques feitos no Rural - protestou Rocha.
As agências de publicidade SMP&B e DNA Propaganda, que pertencem ao publicitário mineiro Marcos Valério, acusado de ser o operador do esquema, têm conta no banco, de onde foram sacados em dinheiro aproximadamente R$ 21 milhões de acordo com relatório do Coaf.
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