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Requião e Gleisi: no cenário em que os dois concorrem contra Richa, a petista está ligeiramente à frente do peemedebista, numa situação de empate técnico | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Requião e Gleisi: no cenário em que os dois concorrem contra Richa, a petista está ligeiramente à frente do peemedebista, numa situação de empate técnico| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
  • Beto Richa: crescimento desde agosto

O senador Roberto Requião (PMDB) deve ser o fiel da balança na eleição de 2014 para o governo do Paraná. Segundo levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas a pedido da Gazeta do Povo, o governador Beto Richa (PSDB) estaria próximo de uma vitória no primeiro turno caso o senador não concorresse. Se Requião participar, a disputa tende a ir para o segundo turno. Nesse caso, o peemedebista aparece em empate técnico na segunda colocação com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), de acordo com a pesquisa, realizada neste mês em todo o estado.

Num cenário com Requião e outros cinco pré-candidatos que já anunciaram a pretensão de disputar o Palácio Iguaçu, Richa tem 42% das intenções de voto. Gleisi fica 23% e Requião, 19%. Como a margem de erro é de 2,5 pontos porcentuais, a petista e o peemedebista estão tecnicamente empatados. Logo em seguida, vem ex-prefeito de Maringá Sílvio Barros (PHS), com 4%. Joel Malucelli (PSD) e Rosane Ferreira (PV) ficariam com 1%. Na soma das intenções de voto dos concorrentes de Richa é de 48% – o que forçaria a realização de um segundo turno.

Se o candidato do PMDB for o ex-governador Orlando Pessuti, ele faria 7% dos votos. Nesse cenário, Richa teria 46% e Gleisi, 27% – dividindo parte do espólio eleitoral de Requião. A soma dos adversários do tucano é de 41% – no limite do empate técnico com as intenções de voto de Richa, que poderia vencer a disputa já no primeiro turno.

O cientista político da UFPR Emerson Cervi diz que, apesar de ainda contar com uma fatia considerável de votos e estar em empate técnico com Gleisi, Requião deve ter dificuldades para crescer, caso saia candidato. Sua rejeição é mais alta que a dos principais adversários (28%, contra 14% de Richa e 11% de Gleisi). Além disso, o tucano e a petista devem contar com apoio da máquina estadual ou federal, respectivamente. Entretanto, avalia Cervi, a presença de Requião deixa a eleição menos polarizada e abre uma possibilidade maior de um segundo turno.

Para ser candidato, Requião depende do aval de seu partido, que ainda está dividido entre os defensores de uma candidatura própria e aqueles que querem se aliar ao PSDB ou ao PT. Mesmo que a tese da candidatura própria prevaleça, o senador teria ainda que disputar a indicação do partido com Pessuti.

A pesquisa mostra também um crescimento das intenções de voto em Richa. Em um cenário que já havia sido testado em agosto – com Richa, Gleisi, Requião e Joel Malucelli (PSD), o governador cresceu de 39% para 43%. Gleisi se manteve estável, com 24%, e Requião oscilou negativamente de 21% para 20%.

O cientista político do grupo Uninter Luiz Domingos Costa avalia que os números são positivos para o governador, que aumentou sua vantagem para os adversários e tem chances factíveis de ser reeleito ainda no primeiro turno. Entretanto, Costa alerta que as eleições estão distantes e que Richa, por ser governador, tem uma exposição pública muito maior do que seus adversários, que podem crescer quando a campanha eleitoral começar.

Eleitorado de Richa e Dilma tem perfil parecido no PR

Em campos opostos da política, a presidente Dilma Rous­­­seff (PT) e governador Beto Richa (PSDB) apresentam padrões de intenção voto similares no Paraná. Ambos aparecem mais fortes no interior do estado do que na região de Curitiba. Derrotada no Paraná nas eleições de 2010, Dilma lidera as intenções de votos dos paranaenses em todos os cenários apresentados pelo Instituto Paraná Pesquisas (veja infográfico). E cresceu desde agosto – quando aparecia atrás do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB).

Dilma tem, no interior do estado, entre quatro e cinco pontos porcentuais a mais do que na capital. Com Richa, essa diferença é ainda maior: de seis a oito pontos. Enquanto isso, para os candidatos de oposição, como Eduardo Campos (PSB) e Gleisi Hoffmann (PT), a tendência é de maior votação em Curitiba, de até 10 pontos porcentuais a mais do que no interior.

Segundo o cientista político da UFPR Emerson Cervi, esse padrão de votação é uma tendência no Paraná desde que a reeleição para cargos majoritários foi instituída, em 1998.

O eleitor paranaense tem comportamento semelhante quando se analisa o grau de instrução: candidatos à reeleição aparecem melhor entre eleitores com baixa escolaridade, enquanto a oposição se sai melhor entre eleitores com ensino superior e médio.

Além de compartilharem um eleitorado de perfil semelhante, Richa e Dilma também podem dividir o apoio de vários partidos – tática já apelidada de "dilmicha". Partidos da base de apoio do governo federal – como o PP, o PTB e o PSC – apoiam o atual governador no estado.

Em alta

Dilma tem a liderança isolada na maioria dos cenários testados pela pesquisa no Paraná, oscilando entre 31% e 40% das intenções de voto. Em um cenário com todos os principais presidenciáveis, que já estava presente no questionário de um levantamento de agosto, ela subiu seis pontos porcentuais. Em dois cenários, a presidente está em empate técnico, no Paraná, com o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) – que caiu 7% no cenário testado em agosto.

Para o cientista político Luiz Domingos Costa, do grupo Uninter, o eleitor do Paraná tem menos rejeição a Dilma do que tinha em relação ao ex-presidente Lula. Além disso, a alta aprovação do programa Mais Médicos e o crescimento da popularidade da presidente no segundo semestre, depois de forte queda por causa das manifestações de junho, colaboraram para o bom resultado de Dilma no estado.

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