Os pré-candidatos do PT e do PSDB para a sucessão presidencial aparecem em um empate técnico na pesquisa realizada pelo Instituto Sensus divulgada nesta terça-feira (13). Em um primeiro turno com a presença de Ciro Gomes (PSB), José Serra (PSDB) alcança 32,7%, seguido por Dilma Roussef (PT) com 32,4%. Uma diferença de dois pontos percentuais mantém o empate técnico na simulação de segundo turno, quando José Serra soma 41,7% e Dilma Rousseff tem 39,7%. Segundo o instituto, a margem de erro é de 2,2%.
A pesquisa foi realizada por encomenda do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada no Estado de São Paulo (Sintrapav) e a sondagem ocorreu entre 5 e 9 de abril. No levantamento foram ouvidos 2 mil eleitores em 136 municípios de 24 estados.
A pesquisa apresentou dois cenários para os eleitores. No primeiro, com a presença de Ciro Gomes, a vantagem de Serra para Dilma é de 0,3%. Em terceiro lugar aparece o pré-candidato Ciro Gomes com 10,1%, acompanhado por Marina Silva (PV) com 8,1%. Os votos brancos e nulos somaram 7,7%. Em uma simulação sem Ciro Gomes, José Serra chega a 36,8% das intenções, enquanto Dilma Rousseff alcança 34% e Marina sobe para 10,6%.
A pesquisa também avaliou o chamado "limite de voto" de cada candidato. Marina Silva é a que tem maior rejeição, pois 30,7% dos entrevistados disseram que não votariam na candidata do PV. Ela também é a que tem o maior percentual de entrevistados que disseram não a conhecer: 15,9%. Dilma foi apontada como desconhecida por 8,3%, Serra por 4% e Ciro por 8,7%.
Impugnação
A pesquisa recebeu um pedido de impugnação do PRTB. Segundo Levy Fidélix, presidente do partido, ele entrou com a impugnação porque há uma contradição na legislação. Segundo ele, um artigo da resolução que regulamenta pesquisas diz que todas as candidaturas devem ser pesquisadas a partir de 1º de janeiro e outro artigo diz que os institutos só são obrigados a pesquisar todos os candidatos a partir de 7 de julho.
"Não existe candidatura agora, nem do Serra, nem da Dilma, nem do Levy Fidélix. São pré-candidaturas. Então não pode pesquisar ninguém", disse. "Fico num limbo. Ficam pesquisando só os nomes em evidência. Então, me sinto prejudicado", acrescentou.
A pesquisa inicialmente foi registrada no TSE com o nome do contratante errado, fato corrigido posteriormente pelo instituto. O G1 entrou em contato com Ricardo Guedes, diretor do Sensus, que disse que não vai comentar a mudança no registro do contratante nem o pedido de impugnação do PRTB.
Métodos questionados
O jornal "Folha de S. Paulo" questionou o instituto sobre a ordem das perguntas nos questionários de pesquisas. O Sensus pede que o entrevistado avalie o governo Lula antes de declarar em quem pretende votar para presidente. Segundo o jornal, críticos do método dizem que dada a alta aprovação de Lula, o entrevistado poderia se sentir compelido a declarar voto na candidata petista.
Ricardo Guedes, sócio e diretor do Sensus, afirma que o questionário seguiu "critérios acadêmicos". "A metodologia que a gente usa é academicamente legítima, com suporte na literatura," disse ele ao jornal. A Folha lembra que os institutos Datafolha e Ibope abrem a pesquisa perguntando em quem o eleitor pretende votar para presidente, para depois pedir que ele avalie o governo.
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