A administração municipal não negociou com os servidores em greve por entender que, nesse caso, teria que pagar os dias parados aos grevistas. Essa é a explicação do prefeito Nedson Micheleti (PT), que, em entrevista concedida ontem, disse que houve negociação antes da paralisação.

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Que balanço o senhor faz da greve do funcionalismo?

Foi uma greve parcial desde o início, girando em torno de 15% a 18% dos servidores no começo, chegando agora a menos de 10%. Tivemos algumas unidades de saúde paralisadas, os serviços de manutenção da malha asfáltica paralisado e a área de arrecadação de tributos, que faz parcelamento de IPTU e da dívida ativa da prefeitura.

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A greve foi enfraquecida por decisões judiciais. O senhor disse que não iria à Justiça por respeito ao direito da greve, mas deixar de negociar não é desrespeito aos trabalhadores?

A greve não acabou por causa das ações da Justiça. Ao contrário, uma decisão judicial deu força ao movimento. Nós fomos obrigados a pagar os salários das pessoas em greve (no primeiro mês) e isso deu força. Quanto às negociações, elas ocorreram antes da greve. Depois que a greve começou, temos um item no Estatuto do Servidor, artigo 80 inciso 2, que diz o seguinte: se houver negociação, não pode descontar os dias parados na greve.

Há uma queixa de que faltou a liderança do prefeito.

Muitas pessoas entendem e confundem autoridade com autoritarismo. Que eu deveria tomar providências enérgicas, com força policial. Eu nunca entendi que deveria pôr polícia em greve.

As maiores greves do funcionalismo municipal de Londrina foram em gestões do PT (também houve greve na gestão de Luiz Eduardo Cheida – na época no PT). A que o senhor atribui isso?

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Nós tratamos com democracia a greve e não fazemos demagogia. No mandato anterior a mim, tivemos greve em que o prefeito da ocasião fazia um gesto demagógico qualquer, dava aquilo que era impossível ser dado para acabar com a greve, e a cidade é quem pagava o preço disso, paga até hoje.