"No Brasil, as coisas acontecem, mas depois, com um simples desmentido, deixaram de acontecer."

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Stanislaw Ponte Preta, humorista, citado no livro "Do Bestial ao Genial – Frases da Política", dos irmãos andré e paulo buchsbaum.

A declaração de Imposto de Renda do vice-governador Orlando Pessuti apresenta pendências. A informação é do site da Receita Federal, em www.receita.fazenda.gov.br. Isso quer dizer, no popular, que Pessutão caiu na malha fina. O motivo da pendenga não é informado pelo governo federal, a não ser para o próprio contribuinte. Pode ser alguma coisa importante. Ou pode ser alguma informação de pequena relevância que os funcionários da Receita querem tirar a limpo. Não há como saber.

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Com a internet, qualquer cidadão pode acompanhar a vida fiscal de seus representantes, sejam eles do Executivo ou do Legislativo. Sites como o Políticos do Brasil, de Fernando Rodrigues, em www.politicosdobrasil.com.br, fornecem o CPF das principais autoridades do país. Com o número na mão, basta ir à página da receita e buscar a informação desejada. No sábado, este espaço mostrou 13 outros políticos paranaenses que também estão com suas declarações pendentes na Receita.

Procurado ontem pela coluna, Pessuti disse que desconhecia o fato. "Não fui informado até o momento", comentou, por telefone. Afirmou ainda que vai procurar saber o que aconteceu, já que, segundo ele, em todos os outros anos sua declaração foi processada pelos técnicos da receita sem qualquer problema.

Pessuti disse que o salário de vice-governador é a sua única fonte de renda. Portanto, não haveria o que omitir. "Quem paga, já informa o valor", afirmou. "Normalmente, além do que já vem descontado em folha ainda tenho que pagar algum valor a mais", contou. Por isso, Pessuti disse que já procurou no fim do ano algumas instituições de caridade para destinar a parte do imposto que pode ser doada à filantropia. Resta agora resolver a pendência com a Receita, seja ela qual for.

Radar

Gambiarra 1 – Na metade de 2006, o governador Roberto Requião foi visitar a nova ala do presídio Hildebrando de Souza, em Ponta Grossa. A seu estilo, não comemorou a obra. Pelo contrário, apontou erros. Disse que se tratava de uma gambiarra. As janelas, por exemplo, precisavam de reforços. Semana passada, um grupo de presidiários veio mostrar que Requião tinha razão. Fugiram pela janela da ala nova. Serraram as grades durante o foguetório de ano-novo, para não serem ouvidos.

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Gambiarra 2 – O que levanta curiosidade é saber se as janelas chegaram a receber algum reforço depois da visita do governador. As declarações de Requião se tornaram públicas pela imprensa já na época. Parece haver duas hipóteses mais prováveis. Numa, fizeram um reforço que parece não ter melhorado aquilo que o governador chamou de gambiarra. Na outra, não deram atenção ao que o chefe disse. O saldo, de qualquer jeito, foi a fuga inaugural de 2007.

No papel 1 – A internet do governo do estado anda lenta. O último diário oficial disponível na web até o momento é o do dia 21 de dezembro passado. Ainda não foram publicadas as edições do fim do ano nem as do começo do novo mandato. Todas as exonerações e nomeações que costumam acontecer nesta época ainda estão indisponíveis para quem quiser consultar no seu computador.

No papel 2 – Diário também muito esperado é o que registra os atos do Legislativo paranaense. O jornal dos primeiros dias de fevereiro, quando se inicia oficialmente a nova legislatura, trará a célebre lista de exonerados da Assembléia Legislativa – o que permite saber, afinal, quantas pessoas trabalham em cargos de comissão e quem são elas. Informação preciosa.