Curitiba e região
Governo contratará 500 PMs
Depois de tomar posse, o governador Orlando Pessuti detalhou em entrevista coletiva algumas medidas que pretende adotar na área de segurança, como a contratação imediata de 500 policiais militares para Curitiba e região metropolitana. Ele disse ainda que pediu à Secretaria da Administração um estudo para contratação de mais 1.500 PMs e bombeiros. Nos planos do governador também está a criação de novos batalhões em Almirante Tamandaré e Colombo (na Grande Curitiba) e Francisco Beltrão (Sudoeste).
Quando questionado se o secretário de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, permanecerá no cargo, Pessuti afirmou que "nenhum secretário está confirmado e nenhum exonerado". Ele disse que alguns serão remanejados para outros cargos e que até estariam "alegres" com a mudança. Segundo Pessuti, não há motivo para que as pessoas fiquem assombradas porque a ideia é "aproveitar os amigos e companheiros" que já estão no governo.
Os nomes dos substitutos dos 15 secretários de estado e diretores de estatais que deixaram o governo para disputar a eleição só vão ser anunciados a partir da próxima segunda-feira. No dia 12, será anunciado o novo líder do governo na Assembleia. (KC)
Até o último minuto
No último dia, Requião lança programa rural
Da Redação
Roberto Requião (PMDB) aproveitou ao máximo suas últimas horas como governador do Paraná. A solenidade de transmissão de posse do cargo para Orlando Pessuti (PMDB) foi marcada para o início da noite para dar chance a Requião de participar da Expolondrina, feira agropecuária de Londrina, como chefe do Executivo paranaense.
De acordo com informações da Agência Estadual de Notícias, o último ato de governo de Requião foi a entrega da chave do trator número 5.000 do programa Trator Solidário ao agricultor familiar Élcio Rodrigo Favaro, de Rolândia.
Ainda como governador, o peemedebista lançou mais um programa de governo, para incentivar a criação de cabras em todo o estado. Ele estava acompanhado do secretário de Agricultura e Abastecimento, o petista Valter Bianchini que não deixou o governo apesar do racha entre PT e Requião, motivado por desavenças com o ministro Paulo Bernardo.
Requião destacou a eficiência dos programas voltados para a agropecuária paranaense, especialmente o Trator Solidário, bastante elogiado por especialistas em desenvolvimento regional. Segundo o governo estadual, o programa foi pioneiro no país ao criar as condições que permitem aos agricultores familiares comprar um trator por preços mais baixos que os praticados no mercado. A redução média dos preços dos veículos, com o programa, girou em torno de 25% a 30%.
Cantando dentro da Assembleia Legislativa e nas ruas do Centro Cívico, em Curitiba. Foi assim que o vice Orlando Pessuti (PMDB) tomou posse ontem como novo governador do Paraná, em substituição a Roberto Requião, que renunciou ao cargo para concorrer ao Senado na eleição de outubro.
Pessuti assumiu o governo em uma solenidade realizada na Assembleia no início da noite. O ponto alto da cerimônia foi quando ele pegou o microfone e cantou junto com o Coral Paraná a música Tocando em Frente, de Almir Sater e Renato Teixeira. A plateia gostou e aplaudiu Pessuti que é um cantor amador (ele inclusive chegou a gravar jingles da campanha estadual de combate à febre aftosa).
Depois de assumir o governo, Pessuti saiu caminhando pelo Centro Cívico, subiu em um trio elétrico e voltou a cantar, desta vez junto com a dupla sertaneja William e Renan, que apresentam um programa na TV Educativa.
Outra curiosidade que marcou a posse de Pessuti foi a chegada dele à Assembleia, no banco de carona de um Volkswagen Variant azul um carro fabricado na década de 70.
Promessas
Durante o discurso de posse, Pessuti prometeu trabalhar pela instalação de uma sede do Tribunal Regional Federal no Paraná hoje o estado é submetido ao TRF-4, em Porto Alegre (RS). Ele ainda assegurou que continuará a negociação para acabar com a multa de R$ 5 milhões aplicada pela União mensalmente ao estado devido ao não pagamento pelo governo do Paraná de títulos da época da privatização do Banestado (comprado pelo Banco Itaú). Também disse que enfrentará os desafios da Copa do Mundo de 2014.
De forma genérica, prometeu ainda continuar incentivando a agropecuária e "trabalhar duro" para melhorar a segurança pública. "Não vou fugir a este desafio. Embora tenhamos evoluído muito nesta área em todos os sentidos nestes últimos anos, temos que continuar avançando porque as drogas e a delinquência se espalharam por todo o mundo de forma avassaladora", disse (leia mais no quadro acima).
Pessuti dedicou boa parte do discurso para prestar contas do governo, repetindo o que Requião havia feito no dia anterior, em solenidade de balanço da gestão realizada no Teatro Guaíra. O tom foi o de que a atual administração reconstruiu o estado e deixou um grande legado de obras. "O nosso governo mostrou a todos uma mudança corajosa, na inversão do modelo de administração pública que imperava em todo o Paraná." O novo governador destacou, por exemplo, o atendimento dos produtores rurais, políticas de saúde e programas de inclusão social. Falou ainda sobre as leis de isenção de impostos que permitiram a geração de empregos.
O discurso também teve momentos de emoção o que pode ser um indicativo da estratégia que Pessuti usará durante a campanha eleitoral (ele é pré-candidato do PMDB ao governo do estado). Pessuti falou sobre sua infância na cidade de Califórnia (Norte do Paraná). Lembrou de suas raízes rurais.
Relembrou ainda da época em que foi presidente da Casa do Estudante Universitário, a formatura como veterinário, a primeira eleição em 1982 como deputado estadual e a permanência no PMDB por 44 anos. Ficou emocionado ao lembrar que era a décima vez que participava da posse de um governador na Assembleia e sempre imaginou que um dia poderia ocupar o cargo. "Desde criança, quando brincava de governador nos terreiros lá de casa", lembrou.
Pessuti não conteve as lágrimas quando mostrou a foto do pai, falecido, na tribuna. Mostrou para todos um áudio do seu pai dando conselhos a ele e prevendo que Pessuti seria governador um dia. A gravação do pai, Natal Pessuti, foi feita em 21 de outubro de 1994, dois anos antes de falecer. "Ele sempre dizia isso: Cuida bem a sua lavoura, não adianta ficar botando defeito na lavoura do vizinho."
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