Ferroeste
Acordo prioriza obra denunciada por Requião
A relação de obras consideradas prioritárias para o Paraná nos próximos meses e que devem receber recursos do governo federal é encabeçada pela construção de um ramal da Ferroeste, na Região Oeste. O empreendimento foi alvo de uma denúncia de superfaturamento do ex-governador Roberto Requião contra o ministro Paulo Bernardo.
Requião disse que Paulo Bernardo teria oferecido, em 2007, uma parceria público-privada com a América Latina Logística no valor de R$ 550 milhões para realizar a obra. Segundo ele, no entanto, era possível executá-la com R$ 150 milhões. "É algo absurdo e por isso eu estou processando o Requião. A obra é muito relevante para o Paraná", disse ontem Paulo Bernardo.
Porto
Na relação de obras também está a preparação para a construção do porto de Pontal do Paraná, que será um empreendimento privado, e a construção de estaleiros no litoral. Pessuti também pediu para opinar sobre o traçado da Ferrovia Norte-Sul, que cruzará o Paraná. Segundo o governador, também serão feitas parcerias para obras de curto prazo nas áreas de saúde e educação. (AG)
Brasília - Nem pedidos para desistir da candidatura ao Palácio Iguaçu, tampouco sinais de apoio irrestrito foram apresentados ao governador Orlando Pessuti (PMDB) durante a audiência de ontem com o presidente Lula, em Brasília. A intenção de unificar os partidos da base aliada ao governo federal no Paraná continua valendo, assim como o impasse em uma aliança com o PDT do senador Osmar Dias. A sugestão presidencial é que sejam realizadas pesquisas nos próximos dias para definir o melhor nome para governador.
"Isso eu nunca contestei e até por conta disso estou determinado a ser candidato", disse Pessuti, apesar de o critério ser prejudicial a ele em uma disputa com Osmar. A última sondagem, divulgada há duas semanas pelo Vox Populi, mostra Beto Richa (PSDB) com 40%, seguido por Osmar com 33%, Pessuti com 10% e Rubens Bueno (PPS) com 3%. O estudo foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral com o número 9.210/2010, ouviu 700 eleitores do Paraná entre 8 e 12 de maio e tem margem de erro de 3,7%.
A proposta não tirou o entusiasmo de Pessuti. Em um encontro descontraído, em que ambos cantaram e se esforçaram para lembrar causos do passado, o governador pediu ao presidente apoio em duas frentes mais recursos para a atual gestão e uma coligação nas eleições de outubro. A primeira deverá ser atendida (veja matéria ao lado), enquanto a outra depende de tempo.
"Vim ao presidente dizer que tenho disposição, vontade e determinação para continuarmos nessa caminhada. (...) Espero que ele me apoie, assim como sempre estive ao lado dele nas cinco vezes em que ele se candidatou a presidente." Como trunfo, disse que é plenamente favorável à aliança entre PT e PMDB no plano nacional e que se esforçará pela chapa Dilma Rousseff/Michel Temer. A explanação não foi suficiente para um posicionamento definitivo de Lula.
As negociações políticas de Pessuti não se resumiram à reunião com o presidente. Anteontem à noite, ele teve um jantar com o presidente licenciado do PMDB, Michel Temer, e hoje almoçou com Osmar e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Garantiu que não ouviu pedidos para desistir da candidatura nos três eventos, mas foi cauteloso.
"É lógico que quando você senta à mesa com outros pré-candidatos conversa sobre todas as perspectivas", declarou. A agenda mais tensa foi o almoço, quando Osmar e Paulo Bernardo elevaram o tom da discussão. "Foi tão ruim que até a carne estava dura", disse o senador, que negou excessos. "Ninguém chegou ao ponto de usar os talheres para outra coisa que não fosse comer."
Segundo Paulo Bernardo, a conversa avançou pouco e deve se estender até as convenções estaduais dos três partidos. "Pode ficar tranquilo que todos nós temos bons nervos, ninguém vai piscar antes do outro", falou o ministro. Na saída da audiência, o presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi, disse que as convenções de PMDB, PT e PDT serão na mesma data 27 de junho.
Osmar, no entanto, negou o clima de entendimento. Disse que vai marcar a convenção do PDT quando for melhor para o partido e enfatizou o descontentamento com o posicionamento do PT segundo ele, os petistas não teriam se mobilizado para juntar os partidos da base aliada no Paraná. "Acho que o que foi feito comigo durante todo esse período foi uma demonstração de desconsideração. Não aceito essa história de pesquisa. Se fosse para tomar uma decisão, já teriam tomado antes."
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