O ex-governador do ParanáOrlando Pessuti (PMDB) será conselheiro da Itaipu Binacional pelo período de três anos. A nomeação foi assinada pela presidente Dilma Rousseff (PT) na segunda-feira (1º) e publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (2). Pessuti deve ocupar o cargo até 16 de maio de 2016.
Na mesma edição do Diário Oficial consta a exoneração de Celso Luiz Nunes Amorim do cargo, que agora será ocupado por Pessuti.
Pessuti disse que deve assinar o termo de posse nesta quarta-feira, quando deve também se apresentar à secretaria do conselho. "Essa nomeação é um assunto que vem sendo abordado desde janeiro de 2011, quando estive em Brasília com Michel Temer [presidente do PMDB] e com Gleisi Hoffmann [então senadora e agora ministra da Casa Civil] sobre a possível ida minha ao Ministério da Agricultura, à Conab ou ao setor de Agronegócios do Banco do Brasil", contou.
O ex-governador acabou não assumindo nenhum dos cargos e em agosto de 2011 passou a ser conselheiro do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), cargo que irá conciliar com a função de conselheiro da Itaipu. No BNDES, a remuneração de Pessuti é de R$ 6 mil. Como conselheiro de Itaipu, o peemedebista terá vencimentos na faixa de R$ 18 mil, segundo o próprio político.
"Não aceitei o cargo em função do salário que vou receber, escolhi porque quero estar em um conselho superior e em contato com os grandes temas, como a energia e as relações com o Paraguai. Assim como o BNDES, e lá estamos discutindo as principais linhas de crédito e linhas de financiamento do país", justifica.
O novo conselheiro de Itaipu relatou ainda que qualquer outra diretoria que assumisse atrapalharia seus planos de atuar no PMDB visando as eleições de 2014. "Qualquer outra administração que eu assumisse me faria ficar fora do Paraná, não me permitiria atuar na reestruturação do PMDB para que seja possível construir as candidaturas ou alianças do partido, caso este seja o desejo do PMDB", disse.
Funções do conselheiro
De acordo com informações do site da Itaipu, o Conselho de Administração é composto, ao todo, por seis brasileiros e seis paraguaios. Além disso, há um representante de cada país dos Ministérios das Relações Exteriores. O Conselho de Administração tem reuniões a cada dois meses ou em caso de convocação extraordinária.
Entre as funções do Conselho de Administrativo estão tomar decisões relacionadas à alienação de patrimônio, empréstimos e orçamento; examinar documentos (tais como Balanço Geral e Relatório Anual) elaborados pela Diretoria Executiva e apresentá-los aos órgãos competentes; fazer cumprir o Tratado de Itaipu; e editar diretrizes de administração e as bases de prestação dos serviços de eletricidade.
Recusa à Sanepar
Anteriormente, Pessuti fora convidado pelo governador Beto Richa (PSDB) para assumir a presidência da Sanepar, mas ele recusou o convite em fevereiro. A ideia de Richa, com o convite, era aproximar o PMDB do governo estadual.
O governador tem o apoio de uma das três alas do PMDB - a dos deputados estaduais e tentava uma aproximação com a ala comandada pelo ex-governador. A terceira ala do partido é comandada pelo senador e ex-governador Roberto Requião.
À época da recusa, nos bastidores, chegou-se a comentar que havia relação entre a recusa e uma possível proposta do governo federal para o cargo na Itaipu, o que foi negado por Pessuti. A oferta teria sido feita por interlocutores da ministra Gleisi Hoffmann (PT), possível adversária de Richa, em 2014, com o objetivo afastá-lo do governador do PSDB.
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