A expectativa era de que Orlando Pessuti cantasse algum clássico da música sertaneja, mas o governador conseguiu apenas entoar versos desafinados de "Parabéns Pra Você" no palco ao lado da dupla Chitãozinho e Xororó, que finalizou a parte popular da festa de reinauguração do Palácio Iguaçu, na noite de sábado.
A solenidade de entrega das obras de reforma da sede oficial do governo paranaense foi provavelmente o último momento marcante de Orlando Pessuti (PMDB), cujo mandato começou no dia 1.º de abril deste ano e termina em 31 de dezembro, como chefe do Executivo paranaense.
O prédio foi reinaugurado nas comemorações dos 157 anos da Emancipação Política do Paraná. Na mesma data, em 1954, tinha sido aberto pelo então governador Bento Munhoz da Rocha.
O Iguaçu estava fechado desde 2007 quando, por ordem do governador (hoje senador eleito) Roberto Requião (PMDB), começou a passar pela sua primeira grande reforma. "Quando assumimos, tínhamos uma sede de governo quase destruída. Depois de oito anos, tenho orgulho de entregar à população dois palácios maravilhosos", disse Pessuti, referindo-se também ao Palácio das Araucárias, sede temporária do Poder Executivo, que foi inaugurado há três anos.
Ao mesmo tempo em que fez justiça ao seu antecessor, de quem herdou o mandato e a obra em andamento, Pessuti não deixou de alfinetar o hoje desafeto político. "Alteramos o ritmo de trabalho e mostramos que é possível, através de uma mudança de estilo, construir um futuro melhor para o Estado."
Apesar da reinauguração, tanto o governador quanto o secretário de Obras Públicas, Júlio Araújo Filho, admitem que a reforma do edifício não está completa. Faltam concluir o paisagismo do projeto original, a cozinha, o heliponto, algumas instalações nas áreas de expediente, o asfalto da entrada do prédio e a instalação da mobília e das obras de arte que estavam guardadas nas reservas técnicas de museus da capital.
O projeto de reforma custou R$ 31 milhões aos cofres públicos, 32% a mais do que foi previsto inicialmente. A festa de reinauguração teve patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.
"Encontramos este prédio há dois anos completamente deteriorado, e suas instalações elétricas e hidráulicas incompatíveis com a necessidade de abrigar o Poder Executivo do estado", afirmou o secretário de obras.
As equipes da SEOP e da construtora que ganhou a licitação eram as mais aliviadas com a entrega do edifício. O engenheiro responsável pela reforma, Fredy Chevalier, ressaltou que foi difícil concluir as obras com as fortes e incessantes chuvas da última semana. "Tirei um palácio das minhas costas", disse.
Projetos que não estejam totalmente concluídos, caso da reforma do Palácio Iguaçu, não poderão ser inaugurados a partir do ano que vem, caso a Assembleia Legislativa mantenha o entendimento expresso na última semana. O Projeto de Lei n.° 394/09, de autoria do deputado Marcelo Rangel (PPS), determina que obras públicas só podem ser inauguradas pelo Poder Executivo quando estiverem totalmente prontas para funcionamento imediato. O texto foi aprovado pelos deputados na última quinta-feira, em primeira discussão.
Coquetel
A cerimônia de sábado teve o toque pessoal do governador e da primeira-dama, Regina Pessuti, e serviu como corolário do curto e barulhento mandato de Pessuti. A festa popular na Praça Nossa Senhora de Salette, no Centro Cívico, teve missa e shows da dupla Willian e Renan, além de Chitãozinho e Xororó.
À meia-noite, a faixa que cobria a fachada do Palácio desde a semana passada foi descerrada ao som do Hino do Paraná e uma queima de fogos anunciou a reinauguração do prédio. A cortina, porém, se rompeu ao meio durante o ato, prejudicando o efeito desejado.
Um coquetel assinado pela dupla de promotores Dado Dantas e Ilse Lambach foi servido às centenas de convidados já depois da 1h30 da manhã de domingo no novíssimo saguão principal do prédio.
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