Quatro possíveis candidatos a governador do Paraná viajaram ontem para eventos políticos nacionais que envolvem costuras para as eleições de 2010. O vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) viajou a Brasília para retornar ao Paraná logo em seguida. Ele terá hoje uma audiência "aérea" com o presidente Lula, dentro do avião presidencial, durante o trajeto até Telêmaco Borba, no interior do Paraná, onde os dois participam da cerimônia de aniversário de 110 anos da fábrica de papel Klabin.
O senador Osmar Dias (PDT) também esteve com Lula na reunião mensal do Conselho Político, pela manhã. Antes de embarcar para a capital, cruzou no Aeroporto Affonso Pena, em São José dos Pinhais, com o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB) que foi a São Paulo encontrar-se com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), principal pré-canditato tucano à Presidência.
Já o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, pré-candidato do PT à sucessão ao Palácio Iguaçu, participou de várias reuniões com o presidente sobre mudanças no Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O petista viajou para o Distrito Federal após ter passado o fim de semana no Litoral paranaense, onde convidou Pessuti para conversar pessoalmente com Lula.
"Há tempos o presidente queria falar com o Pessuti. Parece pouco, mas vai dar bastante tempo para eles conversarem no avião", disse o ministro. Segundo Paulo Bernardo, a pauta será política e envolve a manutenção da aliança entre PT e PMDB no Paraná em 2010.
O diálogo seria uma tentativa de criar uma coligação ampla no estado, que dê sustentação à candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência. O plano também envolveria a inclusão de Osmar Dias, já que o PDT pertence à base de apoio ao governo federal. O senador chegou a ser convidado para participar do encontro no avião presidencial, mas recusou porque tem outros compromissos no Congresso Nacional.
Já Pessuti, que ocupa a chefia temporária do governo do estado, durante as férias de Roberto Requião na Europa, desconversou sobre o teor da conversa com Lula. "Sobre política, vou esperar o que ele (Lula) tem a me dizer. Mas eu vou apresentar outros temas importantes", disse.
Por ordem de Requião, o vice-governador apresentará três moções relativas à crise financeira mundial aprovadas durante a última reunião do Conselho de Desenvolvimento e Integração do Sul (Codesul), que reúne os governadores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Pré-candidato declarado desde o ano passado, Pessuti também terá a oportunidade de tentar ganhar a simpatia do presidente na disputa regional. Em entrevista concedida à Gazeta do Povo em fevereiro, Lula citou o nome de outro peemedebista, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, como nome forte para o governo do Paraná 2010. "Estive com o Lula em todas as eleições presidenciais que ele participou, menos em 1994, quando o PMDB teve candidato próprio (Orestes Quércia). Acho que ele sabe disso", ressaltou o vice-governador.
Além de Stephanes, que já declarou que não pretende ser candidato a governador, o presidente demonstrou simpatia por Paulo Bernardo e Osmar Dias como cabeças de uma chapa governista. "Acho que é possível juntar todos na mesma direção. Até porque não há qualquer problema entre o Osmar e o Pessuti", afirmou Paulo Bernardo.
Casualidade
Sobre o encontro com Richa no aeroporto, Osmar Dias disse que foi uma "casualidade". "Só conversamos por cinco minutos, como amigos. A diferença entre nossas duas viagens é que eu sempre participo da reunião do Conselho Político, esse evento dele é que foi novo." Richa participou, à noite, de uma reunião política com José Serra e outros dois prefeitos do PSDB, João Castelo (São Luís) e Wilson Santos (Cuiabá).
Médicos afirmam que Lula não terá sequelas após mais uma emergência de saúde em seu 3º mandato
Mudanças feitas no Senado elevam “maior imposto do mundo” para 28,1%
Projeto que eleva conta de luz em 7,5% avança no Senado e vai para o plenário
Congresso dobra aposta contra o STF e reserva R$ 60 bi para emendas em 2025
Deixe sua opinião