O deputado Carlos Abicalil (PT-MT) afirmou na manhã desta sexta-feira que o Banco do Brasil e todos os outros os bancos que possuem participação na Visanet costumam antecipar recursos de publicidade para a empresa. Segundo o deputado, a antecipação reduz o valor do serviço e é uma prática comum no mercado publicitário.
Abicalil disse que, apesar de não haver comprovação da execução de serviços relacionados a R$ 9,1 milhões que foram repassados como adiantamento do BB para a Visanet, isso não significa que o serviço de publicidade não tenha sido prestado. Para o deputado, essa comprovação ainda pode estar pendente.
O deputado, que integra a CPI dos Correios, criticou a forma como o relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), divulgou os repasses de dinheiro. Serraglio informou, nesta quinta-feira, que os recursos repassados à Visanet foram posteriormente destinados ao PT por meio do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, dono da agência DNA, que tinha contrato de publicidade com o Banco do Brasil. Abicalil ressaltou que o banco suspendeu o contrato com a DNA em julho deste ano e lembrou que o relator não citou os repasses que o BB fez à Visanet entre 2000 e 2002.
Abicalil afirmou que é preciso verificar todas as operações de aplicação e empréstimo relacionadas às empresas de Marcos Valério antes de chegar a alguma conclusão sobre o repasse de dinheiro, já que o sistema financeiro exige garantias para poder emprestar. E uma dessas garantias, segundo o deputado, é a existência de aplicações financeiras.
O parlamentar lembrou que a DNA foi contratada por licitação e que os outros concorrentes não recorreram do resultado da licitação. Ele ressaltou também que a bancada do PT na CPI solicitou o depoimento de diretores da Visanet, com o objetivo de verificar como é a participação do BB na empresa. A Visanet é uma empresa privada, da qual o Banco do Brasil controla 32% das ações.
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