Falando ao lado do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), o vice-presidente da CPI do Mensalão, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), pôs em xeque a tese do petebista de que o dinheiro dado pelo PT ao PP e ao PL iriam para o mensalão, enquanto o do PTB iria para a campanha eleitoral. Segundo Pimenta, esse discurso não faz sentido.

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- Se todos os partidos da base aliada estabeleceram acordos eleitorais com o PT, por que razão acreditar que era o Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT) quem estabelecia para onde ia o dinheiro. Valdemar e Correa vão usar para mensalão, o do Roberto Jefferson é para campanha. Cada partido, ao que tudo indica, recebia o recurso com base na relações políticas que estabeleceram e usavam o dinheiro de acordo como queriam - afirmou Pimenta.

Pimenta também fez um questionamento sobre as acusações feitas por Jefferson contra Dirceu. Segundo o petista, Jefferson ataca Dirceu por conta das denúncias envolvendo os Correios, o IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) e Furnas.

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- Ele diz que Dirceu era o chefe, mas também fala que foi comunicar ao ex-ministro Dirceu que o Delúbio estava fazendo isso, e Dirceu reagiu dando um murro na mesa. Agora, por que comunicar ao chefe o que um subordinado está fazendo? Onde está a racionalidade disso? Além do fato de tentar desconstituir o ministro Dirceu, não há um fato objetivo. O senhor faz isso por conta das denúncias dos Correios, do IRB, de Furnas - afirmou.

Pimenta também questionou a tese do caixa 2.

- O senhor afirmou que a vida toda trabalhou com caixa dois. Por que então, por que tanto cuidado com os R$ 4 milhões recebidos do PT com o fato de não ter recibo? Por que o senhor agora, que dizia que é hipocrisia dizer que havia caixa 2, por que essa crise de honestidade agora? - indagou Pimenta.

O petista afirmou que defende que se investigue tudo, mas observou que é preciso jogar luz sobre pontos obscuros e saber o papel de Marcos Valério e do empresário Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity.

- Quero apurar tudo. Mas em tudo que a gente mexe aparece o Daniel Dantas. Temos que jogar luz sobre isso, saber se o Marcos Valério era um laranja ou não - discursou.

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Jefferson reagiu com ironia ao discurso do petista, disse que tinha sido a melhor defesa do governo até então, mas respondeu aos questionamentos.

- O senhor fez aqui a mais inteligente e bem feita defesa do governo. Não posso apagar as conversas com Dirceu, elas existiram. Eu recebi caixa dois a vida toda, mas eu não ia para a rua fazer o discurso da moralidade, como o PT. Quem mudou para pior foi o PT.