Com o senador Romero Jucá (PMDB-RR) à deriva na liderança do governo, cresceram as especulações de que o PT intensificaria a ofensiva para reivindicar o cargo junto ao Planalto. Com a nomeação da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) ao ministério da Casa Civil, que despontava como candidata natural ao posto, o petista Walter Pinheiro (BA) tornou-se alvo dos rumores de que poderia substituir Jucá.

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Jucá atravessa uma fase delicada, desde que seu irmão Oscar Jucá Neto denunciou suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura mantido pelo PMDB e PTB. A denúncia causou desconforto ao ministro Wagner Rossi, afilhado político do vice-presidente Michel Temer, e constrangeu Jucá entre seus correligionários.

No entanto, Pinheiro repudia as especulações de que poderia assumir o lugar de Jucá e aponta duas razões para que o peemedebista continue no posto. Em primeiro lugar, Pinheiro afirma que o PT não pleiteou a vaga do líder ao Planalto e nem pretende fazê-lo. "A recomendação interna no PT é não mexer com a liderança do governo", diz o petista. Segundo ele, seria comprar uma briga com o PMDB num momento de turbulência, em que o governo ainda tenta consertar o estrago nas relações com o PR.

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Além disso, a avaliação é de que os desentendimentos com o PR ainda podem ser contornados, já que se trata de uma bancada de seis senadores (serão sete, quando o tocantinense João Ribeiro voltar da licença). Contudo, o PT não pretende contrariar o PMDB e sua bancada de 20 senadores, decisiva nas votações de interesse do governo.

"Eu não gostaria de ser o líder da distensão", destaca Pinheiro. Ele afirma que jamais assumiria a liderança do governo num momento em que defende a manutenção de Jucá no posto, e, ainda, a permanência do cargo com o PMDB. "Não quero virar líder criando uma cizânia com o PMDB", arremata. Vice-líder do PT, Pinheiro foi cotado para assumir a liderança do governo Dilma Rousseff no Congresso, mas dividiu a indicação com o também petista José Pimentel (CE). Após uma novela que se arrastou durante meses, o cargo acabou ficando com o PMDB, tendo sido nomeado o deputado Mendes Ribeiro (RS).