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Responsável pelo pedido de vista que suspendeu a análise do processo de cassação do deputado André Vargas (sem partido-PR), o deputado José Mentor (PT-SP) estuda apresentar um parecer contra a cassação do colega aprovada pelo Conselho de Ética da Casa.

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara se reúne na tarde desta terça-feira (4) para discutir recurso de Vargas contra a perda do mandato. Segundo interlocutores, Mentor avalia que há inconsistências no parecer do deputado Sérgio Zveiter (PSD-RJ) que defende a manutenção da cassação.

Integrantes da CCJ, no entanto, avaliam que a medida tem pouca chance de prosperar. Mesmo que um segundo relatório seja apresentado, a votação prioritária será do parecer de Zveiter. A análise de um eventual texto de Mentor só ocorrerá se o outro relatório for derrubado. As votações são abertas.

Se a perda do mandato for mantida pela CCJ, o processo segue para votação final no plenário. Pelo regimento, o prazo é de duas semanas, mas cabe ao presidente definir quando ocorrerá a análise.

Conversas

Vargas tem intensificado suas ações para tentar adiar a votação de seu caso até o fim das atividades da Câmara neste ano. A estratégia é evitar que, com a cassação, ele seja enquadrado na Lei da Ficha Limpa e fique inelegível por oito anos.

Ex-vice-presidente da Casa, ele tem procurado congressistas para tentar impedir a análise. Nesta segunda, visitou a sede do PT em Brasília, que recebia a reunião da Executiva Nacional.

Flagrado por fotógrafos numa sala ao lado do encontro, cobriu o rosto para tentar impedir as imagens. Estava acompanhado dos deputados Rogério Carvalho (PT-SE) e Policarpo (PT-DF), que disseram não saber o motivo de sua presença. Ele foi procurar o presidente do PT, Rui Falcão.

Petistas disseram, porém, que o ex-correligionário procurava o líder do PT, Vicentinho (SP), e o deputado José Guimarães (CE), ex-líder.

Vargas afirmou à Folha de S.Paulo que "tinha assuntos variados" para tratar com os colegas. Questionado sobre sua movimentação para atrasar o processo, ele devolveu com uma pergunta: "Não posso?".

Vargas responde a processo por quebra de decoro devido a ligação com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, da PF, que investiga um esquema de desvio público da Petrobras envolvendo construtoras, partidos e políticos.

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