Por descuido ou desinteresse, a CPI do Mensalão pode ser extinta na próxima quarta-feira sem apresentação de um relatório final. A oposição acusa o governo de fazer "corpo mole" e esvaziar as sessões da CPI, mas o deputado Odair Cunha (MG), representante do PT na CPI do Mensalão, dá outra versão. Segundo ele, basta olhar a lista de parlamentares que participaram das sessões da semana passada para ver que não houve quórum nem de um lado nem de outro.

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O petista aceita a prorrogação da CPI por mais 30 dias para conclusão dos trabalhos e divulgação do relatório, mas afirma que não há necessidade de mais 120 dias de funcionamento. Odair Cunha contou que o relator da CPI, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), conversou com ele na semana passada e explicou que poderia apresentar o relatório já na próxima quarta-feira.

- Temos que concluir o nosso relatório e, se precisarmos de mais 30 dias, acho razoável. Mas não há necessidade de 120 dias de prorrogação - afirmou o petista.

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Odair Cunha disse que todos na CPI entendiam que 30 dias eram suficientes para conclusão dos trabalhos e só agora a oposição está pensando na prorrogação por mais 120 dias porque teme que a CPI dos Correios não seja prorrogada.

- O que a oposição quer é disputa eleitoral, palanque. Temem que isso possa não acontecer com a CPI dos Correios - afirmou.

O senador Sibá Machado (PT-AC) criticou a CPI do Mensalão, afirmando que, no momento em que fez um relatório conjunto com a CPI dos Correios, ela desviou o foco do principal eixo de investigação e não investigou, por exemplo, a denúncia de compra de votos para a aprovação da emenda que permitiu a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso. Na opinião dele, a CPI do Mensalão não avançou e não há por que prorrogá-la.