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Na presença do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no mensalão, o diretório nacional do PT dedicou até agora a maior parte de sua reunião para discutir as consequências do julgamento. Os petistas reconheceram, no encontro, que houve danos ao desempenho da sigla nas eleições de outubro como resultado do mensalão."É claro que, se não tivesse [o julgamento], nós teríamos vencido muito mais. Alguns municípios nós perdemos por mil, dois mil votos e que certamente houve um impacto, não somos hipócritas nem nos iludimos de que não houve nenhum impacto", disse o secretário de comunicação do PT, deputado André Vargas (PR).

A avaliação dos integrantes do diretório nacional do PT é que a cobertura extensiva da imprensa sobre o julgamento trouxe danos ao partido. Os petistas mantêm, no encontro, a tese de que houve "caixa dois de campanha", mas não compra de votos de parlamentares no Congresso --como interpretou do STF no julgamento.

Integrantes do diretório também defenderam, no encontro, que a Câmara seja responsável por determinar as cassações dos três deputados condenados no mensalão: João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar da Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT). "Perda de mandato, quem tem o poder de deliberar é a Câmara, não o Supremo. Essa é a avaliação do PT. Quem tem poder de cassar deputado é a Câmara, que decide se acata ou vai entrar em confronto com o Supremo", disse o deputado Zé Geraldo (PT-PA).

Porto Seguro

Vargas saiu em defesa do ex-presidente Lula na Operação Porto Seguro, da Polícia Federal --embora o assunto não tenha entrado oficialmente ainda na reunião do diretório. "Nenhum homem público pode, nem uma pessoa que está na atividade pública é responsável pelo que faz o seu assessor no exercício do mandato, muito menos um ex-assessor."

O secretário de comunicação do PT disse que Rosemary Noronha, ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, teve "papel absolutamente secundário" no esquema de fraudes de pareceres técnicos desmontados pela PF."Nós não vamos comentar, [...] porque nós apoiamos o procedimento da Polícia Federal e vamos aguardar as investigações e a conclusão. Não podemos presumir, como se faz de forma comum, a culpa absoluta das pessoas", afirmou Vargas.

O deputado disse que Lula não ficou "surpreso" com a operação "porque a Polícia Federal trabalha". "Se tiver alguém cometendo equivoco, ou será a Polícia Federal ou será o Ministério Público. O presidente Lula governou, no seu período teve investigação contra o PT, PMDB e PSDB. A Policia Federal não é seletiva", disse.

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