Deputados do PT anunciaram oposição ferrenha a um eventual governo Michel Temer (PMDB) e adiantaram que votarão contra todas as propostas enviadas pelo peemedebista à Câmara, mesmo que sejam idênticas às apresentadas pela presidente Dilma Rousseff (PT).
As declarações foram registradas na Câmara, na tarde desta quarta-feira (11). Na ocasião, foi lançado o movimento “Temer jamais será presidente, será sempre golpista”, encampado pelas bancadas de PCdoB e PT, duas legendas que se mantêm contrárias ao impeachment de Dilma.
“Nenhum documento assinado por Michel Temer tem qualquer valor, são todos nulos”, afirmou Paulo Pimenta (PT-RS), para justificar a posição contrária às propostas que venham a ser encaminhadas pelo governo do peemedebista.
Embora afirme que examinará as matéria legislativas “olhando para o Brasil”, Maria do Rosário (PT-RS) engrossou o discurso do correligionário. “Não o trataremos como presidente. Nossa posição é, em princípio, ir contra tudo o que ele enviar”, afirmou.
Ela aproveitou para mirar no Congresso, que deverá concluir na madrugada desta quinta-feira (12) a abertura do processo de impedimento de Dilma. “Nem sempre a maioria tem razão. A maioria desse parlamento é golpista”, atacou a deputada.
Os parlamentares adeptos ao movimento, batizado também de “Temer, o golpista”, bateram na tecla da suposta ausência de legitimidade do atual vice-presidente e o acusaram de ser “sócio” político do presidente da Câmara afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Caso a caso
Único a se dizer favorável à análise de futuras propostas do Executivo, caso a caso, o petista Henrique Fontana (RS) pediu celeridade no processo de cassação do mandato de Cunha, que tramita a passos lentos no Conselho de Ética da Câmara.
Em relação à postura de oposição a Temer, Fontana foi irônico: “Faremos uma oposição interina durante o período em que permanecer o governo interino”, afirmou, referindo-se ao sucessor imediato de Dilma no Palácio do Planalto.
“Vamos ter dois presidentes, uma eleita com 54 milhões de votos e outro, ilegítimo, sem voto nenhum. Vai ter luta no Parlamento e nas ruas”, disse a deputada Luciane Santos (PCdoB-PE).
O grupo listou ainda parte das bandeiras que continuará erguendo no Plenário da Casa, como taxação das grandes fortunas e de heranças, volta de uma nova versão da CPMF e briga constante contra reformas da Previdência que estabeleçam idade mínima para a aposentadoria.
STF decide sobre atuação da polícia de São Paulo e interfere na gestão de Tarcísio
Esquerda tenta mudar regra eleitoral para impedir maioria conservadora no Senado após 2026
Falas de ministros do STF revelam pouco caso com princípios democráticos
Sob pressão do mercado e enfraquecido no governo, Haddad atravessa seu pior momento
Deixe sua opinião