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Reunidos com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (29) em Brasília, deputados e senadores petistas reclamaram da falta de diálogo com o governo e disseram que a presidente Dilma Rousseff “não valoriza” o partido. As queixas giraram em torno da liberação de cargos, emendas parlamentares e até mesmo do reconhecimento de fidelidade após votações importante no Congresso.

Os parlamentares aproveitaram a conversa com Lula, que tem se irritado com a forma de governar de sua sucessora, para dizer que Dilma no os recebe e não prestigia o PT.

Ao ex-presidente queixaram-se sobre o comportamento do Palácio do Planalto após a aprovação de medidas do pacote de ajuste fiscal proposto pelo governo. Disseram que ministros telefonaram para líderes de partidos aliados para agradecer o apoio, mas ninguém entrou em contato com os petistas. “É como se fosse obrigação”, desabafou um dos deputados do PT.

Além disso, criticaram a distribuição de cargos e emendas entre as siglas aliadas -operação que tem sido comandada pelo vice-presidente Michel Temer. Segundo os petistas, a ação demora e não contempla o PT de forma satisfatória.

Lula concordou com as queixas, mas disse que é a hora de “virar a página” e “concentrar forças” na agenda positiva proposta por Dilma.

Segundo a reportagem apurou, Lula está irritado com o governo, mas também preocupado com a repercussão negativa da briga pública com a sucessora. Ele acredita que agora é preciso assumir posição em defesa da presidente e adotar o discurso de que Dilma tem sinalizado para uma agenda positiva, com o plano de concessões, as negociações para a alternativa ao fator previdenciário, entre outras medidas.

Os deputados e senadores disseram ainda que a gestão Dilma “se comunica mal” tanto para se defender como para divulgar as ações positivas do governo, ficando refém da agenda do ajuste.

Mesmo após os pedidos de trégua vindos de Lula, alguns dos presentes relataram que o sentimento era de que “não tem mais jeito”.

“Temos que conviver com a maneira de Dilma governar e tentar dar a volta por cima apesar disso”, disse um participante do encontro.

Vazamento

A reunião foi cercada de cuidados para não haver vazamento de informações. Assim que chegaram, os convidados precisavam deixar os aparelhos celulares do lado de fora da sala onde estava Lula.

Nos últimos dias, uma fala em que o ex-presidente dizia que ele, o PT e Dilma estavam “no volume morto” veio a público após uma reunião com religiosos.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, chegou a sugerir que o encontro fosse aberto à imprensa, o que foi acatado por Lula. Os parlamentares, porém, rechaçaram a proposta para não se comprometerem com críticas públicas à presidente.

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