Os seis candidatos à presidência do PT do Paraná se enfrentam hoje, em Curitiba, no último debate da rodada estadual antes da eleição marcada para o próximo dia 18, quando será eleita a direção nacional, os diretórios estaduais e municipais. O debate começa às 14 horas, no auditório do Hotel Afâmia, na Praça Tiradentes.
Participam do encontro o atual presidente, André Vargas, que disputa a reeleição; o deputado estadual Tadeu Veneri; o deputado federal, Florisvaldo Fier Dr. Rosinha; o ex-prefeito de Maringá João Ivo Caleffi; Aderbal de Holleben Mello e Alfeo Luiz Cappellari.
Representando alas divergentes dentro do partido, o único consenso entre os candidatos é o discurso de reconstrução do PT. A diferença está nos métodos defendidos. Entre as propostas para enfrentar a crise política está o fim da das alianças com partidos de direita, a autonomia em relação aos governos e a reaproximação com a militância.
Candidato do Campo Majoritário, corrente que reúne a cúpula do partido e a maioria dos filiados, André Vargas tem percorrido o estado em campanha. Além da defesa do governo Lula, o deputado está conversando com militantes de várias tendências para mostrar o resultado dos quatro anos de sua administração.
Segundo Vargas, houve crescimento da representação política, com o aumento no número de ocupantes em cargos eletivos. "Chegamos a 59 mil filiados no Paraná, elegemos dezenas de prefeitos e nove deputados estaduais, o que reflete a representatividade do partido", disse. O presidente é contra a posição radical das outras chapas que defendem restrições nas filiações e na política de alianças. "Querem voltar a ter um partido pequeno", reprova.
Para o deputado Tadeu Veneri, que integra a ala mais à esquerda, o partido não tem que se preocupar em perder espaço no Parlamento nem deve fazer alianças absurdas com o objetivo único de ganhar eleição. "É preciso ter um relacionamento muito forte com os setores de base, fazer o PT voltar a ser instrumento de um setor. Se o Campo Majoritário vencer serão feitas mudanças cosméticas e uma autocrítica muito superficial", avalia.
Para Veneri, a política de filiações adotada pelo Campo Majoritário nos últimos dez anos abriu a sigla para algumas pessoas sem nenhuma identidade com o partido. "As filiações foram feitas de forma indiscriminada, perseguindo objetivos eleitorais".
A política de alianças também é uma das principais críticas do candidato Dr. Rosinha. "Nossas alianças, tanto no governo quanto nas eleições, devem se limitar aos partidos que se situaram historicamente ao lado das reivindicações do povo e que convergem para um novo modo de fazer política", afirma, ao defender também o socialismo e a organização de base do partido.
Outras propostas do deputado federal são a independência em relação ao governo do Paraná, candidatura própria a governador em 2006 e fortalecimento dos conselhos populares. Na política nacional, Dr. Rosinha quer mudanças na política econômica, redução dos juros, mais recursos para a área social e recuperação do salário mínimo. "O partido deve ser um instrumento de luta dos trabalhadores", disse.
Na eleição interna do PT no Paraná, mais de 50 mil filiados estão aptos a votar. No país, são mais de 800 mil. Pela previsão de André Vargas, dos 50 mil, 20 mil devem ir às urnas, um quórum considerado "altíssimo" pelo presidente. Em 2001, quando foi eleito, 10 mil filiados votaram. O mandato é de três anos, mas Vargas ficou um ano a mais para organizar as últimas eleições para prefeito.