Até mesmo os petistas reconhecem que o envolvimento em escândalos nacionais de corrupção ameaçam o retorno do partido ao comando da cidade de Maringá. Para tentar reverter a situação, as lideranças locais engrossam o coro da ala radical da sigla que defende a expulsão sumária dos envolvidos. "A bandeira ética, de transparência e da coisa pública ficou comprometida", comenta o presidente do diretório municipal, Claudemir Romancini. Ele está filiado ao PT desde 1985 e acredita que a imagem petista será resgatada a médio prazo desde que a direção nacional apure todos os fatos e puna os culpados.
Quem também defende uma série de expulsões é o ex-prefeito João Ivo Caleffi. "Há muita indignação na militância", anuncia o petista filiado em 1985. Já o vereador Mário Verri diz que a situação não é nada confortável porque o PT sempre foi um partido sério. Ele acredita que haverá tempo para a população saber que os maringaenses não estão envolvidos no esquema de corrupção. O partido ainda não acena com um possível candidato para disputar a prefeitura em 2008.
Antes de definir os rumos para a próxima eleição municipal, os petistas irão se concentrar na disputa pelo diretório municipal do partido, que ocorre em setembro. Três candidatos estão concorrendo: Rubem Mariano, Rogério Calazans e Renato Bariani. Os três participaram da administração municipal petista na cidade. Mariano tem 39 anos, se filiou ao partido em 1992, teve 10,4 mil votos como deputado estadual nas eleições de 2002 e foi diretor do Orçamento Participativo. Ele indica que cada petista precisa se apresentar em seu espaço para mostrar que nem todos são iguais aos que são julgados em Brasília.
Já Calazans tem 26 anos, está filiado desde 1996 e foi assessor jurídico e diretor do Procon na administração anterior. Ele considera que a crise não é do partido e sim da direção nacional e seus "figurões" e o que aconteceu foi a "crônica de uma morte anunciada", se referindo às estratégias de campanha adotadas para eleição de Lula. Calazans defende uma postura agressiva e diz que é preciso resgatar a militância socialista contra a postura de centro direita adotada pela direção majoritária, senão o PT corre o risco de acabar. O outro candidato é Renato Bariani.
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