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Líderes do PT e do PSDB elogiaram a postura do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, que neste domingo rechaçou em entrevista coletiva concedida em Brasília ponto a ponto todas as denúncias que pesam sobre ele. O exemplo de Palocci deveria ser seguido por outros envolvidos em escândalos, na avaliação desses líderes.

O secretário-geral do PT, Ricardo Berzoini, considerou positivas as explicações dadas pelo ministro, que teria agido de maneira "firme e transparente" em relação às denúncias. Para Berzoini, Palocci tratou do assunto com sua "firmeza típica".

- Se todos (envolvidos na crise) tivessem agido como o Palocci, certamente os esclarecimentos à opinião pública seriam melhores - disse Berzoini, emendando:

- Acredito na palavra dele (Palocci). O ministro deveria mesmo continuar no cargo, pois tratou todas as denúncias de forma transparente e firme - completou.

Quem também considerou "exemplar" a postura de Palocci foi o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) Suplicy telefonou a Palocci logo após a entrevista, para transmitir a ele sua impressão positiva sobre o discurso e as respostas dos jornalistas.

- Achei muito importante ele responder a todas as perguntas, sem limite de tempo, de uma forma direta e serena. Também achei positivo ele ressaltar que tudo o que o Ministério Público recolheu até agora não constitui prova contra ele - afirmou o senador, que considera que a imagem de Palocci se fortaleceu.

Suplicy diz que conhece Palocci desde o início dos anos 80 e que o ministro sempre foi um homem de retidão.

O ex-presidente nacional do PSDB, José Anibal, também elogiou a conduta de Palocci à frente das acusações.

- Ele fez o que todos (acusados) deveriam ter feito. Foi eloqüente na negativa (das acusações) e se colocou com firmeza. Agora, cabe à investigação provar o que realmente é verdade ou não - disse Anibal.

O tucano destacou como um dos pontos mais importante do pronunciamento do ministro o fato de ter declarado que os fundamentos da economia continuarão sólidos, independentemente de quem estiver à frente da política econômica.

- O importante foi ele dizer que os fundamentos da economia, construídos por nós (em referência ao governo FH) e mantidos por ele, não pelo PT, vão se manter sólidos independente de quem estiver lá (no Ministério da Fazenda).

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM) também elogiou a entrevista do ministro da Fazenda. No entanto, Virgílio afirmou que a postura de Palocci deixa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "muito mal'.

-O ministro fez muito bem em dar explicações frontais à nação através da entrevista coletiva e com isso ele deixa o presidente Lula muito mal, que se refugia em comícios, e os demais acusados do PT que se escondem atrás de um falso estatuto do silêncio - afirmou o senador, em entrevista à GloboNews TV.

Virgílio disse não prejulgar o ministro, mas defendeu a continuidade das investigações.

-Eu não prejulgo o ministro, mas investigações têm que continuar até o fim - declarou.

A entrevista do ministro da Fazenda foi longa e convincente, na avaliação do presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo(MG). O senador mineiro disse que ainda é cedo para se falar dos reflexos da fala do ministro no mercado financeiro, mas entende que a permanência de Palocci no cargo garante a continuidade do ritmo da economia brasileira, apesar do conservadorismo adotado, segundo Azeredo.

Para o secretário-geral do PT, o teor do depoimento do advogado Rogério Buratti, que acusou Palocci de receber propina de R$ 50 mil por mês na época em que era prefeito de Ribeirão Preto, fica comprometido pelas circunstância da prisão.

- Esse depoimento foi feito sobre uma circunstância especial. Ele se dizia deprimido, foi algemado, jogado num camburão. Acredito que o risco de Buratti ter feito tal depoimento só para ganhar a liberdade é grande - disse Berzoini.

O senador Athur Virgílio também afirmou ter achado "muito estranho' o fato de um procurador ter dado uma entrevista sobre as acusações feitas por Buratti, antes mesmo do depoimento do ex-assessor de Palocci chegar ao fim.

- É estranho, é condenável. É o PT provando do seu próprio veneno. Foi o PT que inventou essa prática. Por outro lado, o que interessa de fato é saber o que tem e o que não tem de concreto sobre o envolvimento do ministro nas denúncias.

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