Atualizado em 24/05/2006 às 19h25
Enquanto os petistas não escondem a euforia com o resultado da pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta quarta-feira, os tucanos apostam que ainda há tempo para reverter a vantagem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sobre o ex-governador paulista Geraldo Alckmin.
Depois de receber em seu gabinete o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), disse que ficou arrasado quando viu os números secos, mas depois de analisá-los mais friamente chegou à conclusão de que Lula não é tão imbatível. Ele considera que a rejeição de Alckmin é mais fácil de reverter que a do presidente, carregada com a marca da discussão ética e da corrupção no governo e no PT.
- No primeiro momento fiquei arrasado. Depois vi que não era tão ruim assim. Esse patamar de rejeição do Alckmin é muito bom e até promissor. É diferente da rejeição do Lula, que é mais pesada. O presidente não teve nenhuma avaliação brilhante. Estacionou nos 40% e não vai nem pra frente nem pra trás. Se não fossem essas crises, ele deveria estar com uns 67%. Não é uma vantagem que signifique o nocaute. Não é um adversário dificil de ser batido. Em cinco dias de campanha na TV podemos tirar já uns 8 pontos de diferença - avaliou Virgilio.
Já os petistas se esforçam para evitar o salto alto, mas acham que os resultados da pesquisa mostram que a população está percebendo que o governo Lula é, comparativamente ao do PSDB, muito melhor.
- Os números mostram que Lula está tendo uma excelente aceitação. O caso da Bolívia está totalmente superado e há uma compreensão, inclusive da oposição, de que o governo está defendendo de maneira adequada os interesses do país. É lógico que é um resultado muito bom, mas não é um quadro fixado nem significa que a vitória está garantida - disse Tarso Genro, após encontro com o tucano Virgílio.
O íder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), disse que o resultado é extremamente positivo e demonstra o acerto das políticas implementadas pelo governo Lula.
- Mas temos que receber essas pesquisas com humildade, prudência e redobrar o trabalho. Temos chances reais de resolver isso no primeiro turno, mas a eleição só se define em outubro - disse Fontana.
O secretário geral do PSDB, Eduardo Paes (RJ), não acha que a situação seja tão dramática para o candidato tucano porque o processo eleitoral não começou oficialmente. Em sua opinião, não há muita coisa a fazer antes do inicio oficial da campanha e do fim da Copa do Mundo de Futebol. Até lá, diz, Alckmin tem que continuar viajando, e mostrando as falhas do governo Lula.
- Esses resultados mostram um momento de popularidade do Lula, que deve estar fazendo uma campanha melhor do que vinha fazendo, e não uma queda do Alckmin. Enquanto não começarmos pra valer, e Lula continuar fazendo campanha sozinho, usando a máquina da Presidência, só vai dar ele - diz Eduardo Paes.