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Licença eleitoral

Ricardo Barros anuncia que pretende tirar férias de 45 dias

Investigado pelo MP por suspeita de fraude na licitação da prefeitura de Maringá, o secretário estadual da Indústria e Comércio, Ricardo Barros, pretende tirar férias de um mês e meio a partir dos próximos dias. Em nota encaminhada à imprensa, Barros afirma que quer se dedicar às campanhas eleitorais de Maringá e Londrina. O comunicado salienta que a licença ainda depende de uma conversa com o governador Beto Richa. Segundo a assessoria de Barros, as férias, acumuladas, já estavam programadas desde o início do ano e não têm relação com a investigação do MP.

A oposição ao prefeito de Maringá, Silvio Barros (PP), começou ontem a coletar assinaturas para instalar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Câmara de Vereadores para apurar possíveis irregularidades na publicidade da administração municipal. A movimentação dos oposicionistas foi motivada por reportagem da Gazeta do Povo que, na última terça-feira, mostrou que o Ministério Público do Paraná (MP) investiga suspeita de fraude na licitação de publicidade da prefeitura da cidade. Segundo o vereador Humberto Henrique (PT), a CPI vai verificar se há irregularidades na licitação de publicidade conduzida pela prefeitura e no contrato entre o município e a agência Meta Propaganda, em vigor desde janeiro.

Gravações telefônicas do MP, autorizadas pela Justiça, mostram que o secretário estadual da Indústria e Comércio, Ricardo Barros, irmão de Silvio Barros, orientou em outubro do ano passado um secretário municipal de Maringá a fazer um "acordo" entre duas agências de comunicação que disputavam a licitação de publicidade da prefeitura, no valor de R$ 7,5 milhões.

Outro objetivo da CPI seria investigar se a propaganda produzida pela prefeitura viola os princípios constitucionais, já que Ricardo Barros admitiu em entrevista que, caso a licitação de publicidade não fosse concluída, haveria prejuízo político neste ano eleitoral para o grupo que ele comanda em Maringá. "Essa situação só vem confirmar a prática da propaganda com fins eleitorais", diz o vereador do PT.

Para que a CPI seja aberta, são necessárias as assinaturas de cinco vereadores. Já estariam garantidas as de Humberto Henrique e Mário Verri (PT). Os petistas esperam ainda contar com o apoio dos demais vereadores da oposição: Marly Martin (PPL) e Manoel Sobrinho (PCdoB). Neste caso, faltaria apenas uma assinatura.

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