Pessoas próximas a Lula defenderam que, apesar da baixa popularidade, a presidente precisa fazer uma intensa agenda pelo Brasil inaugurando obras e destacando os programas sociais do governo| Foto: /

O silêncio marcou o primeiro encontro de petistas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a divulgação da pesquisa Datafolha mostrando que ele está 10 pontos atrás do senador Aécio Neves (PSDB-MG) nas intenções de voto para presidente.

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Nesta segunda-feira (22), petistas estiveram reunidos no Instituto Lula, que promoveu um evento com o ex-primeiro-ministro da Espanha Felipe Gonzalez.

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No domingo (21), pesquisa Datafolha revelou que, numa simulação de eleição para presidente da República, Aécio alcançou 35% das intenções de voto, o que lhe garante a liderança da corrida com vantagem sobre Lula, que tinha 25% das intenções.

O presidente do partido, Rui Falcão, não quis comentar a pesquisa. O mesmo ocorreu com os ex-ministros de Lula Luiz Dulci, Paulo Vanuchi e Alexandre Padilha (atual secretário de Relações Governamentais da Prefeitura de São Paulo).

Os poucos petistas que aceitaram falar sobre o assunto com a imprensa minimizaram o resultado. “Com o massacre que o PT está sofrendo, Lula manter 25% das intenções de voto é positivo. Mostra que ele e o PT tem vitalidade”, disse Emídio de Souza, presidente do diretório estadual do PT em São Paulo.

O secretário de comunicação do PT, José Américo, enfatizou que “Lula ainda não é candidato, enquanto Aécio é candidatíssimo”.

Sobre o índice de reprovação da presidente Dilma Rousseff de 65%, próximo a de Fernando Collor pouco antes do impeachment, a opinião é que o resultado não surpreendeu e já apareceu em pesquisas internas da sigla. “Não houve nenhum acontecimento que fizesse o cenário melhorar. Isso só deve acontecer no início do ano que vem”, prevê o aliado de Lula.

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“Essa é a foto do momento, temos que trabalhar para melhorar”, avaliou Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo do Campo - que fez a afirmação entrando no carro, sem dar mais declarações.

Pessoas próximas a Lula defenderam que, apesar da baixa popularidade, a presidente precisa fazer uma intensa agenda pelo Brasil inaugurando obras e destacando os programas sociais do governo. Lula já falou sobre isso com Dilma e deve reforçar essa demanda, segundo pessoas próximas a ele. “Dilma tem um problema de priorização de agenda. Ela quer dar conta de tudo e acaba se perdendo nisso”, avalia um petista do alto escalão.

DOAÇÕES

O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, também presente ao evento e quem fez a fala inicial do ato, afirmou que a entidade não fez nada de especial para conseguir recursos de empresas como as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez.

As empreiteiras, que tiveram seus presidentes presos na última sexta-feira (19) em mais uma fase da Operação Lava Jato, despontam entre as financiadoras do instituto. “Nós não tivemos que fazer nada de especial para conseguir recursos, apenas mostrar nosso projeto”, afirmou. Segundo ele, a origem do dinheiro é lícita e segue os procedimentos feitos a outras entidades de ex-presidentes com atuação similar. “Não fomos nós que inventamos isso no Brasil”, emendou.

Okamotto reforçou o argumento de que as doações para o Instituto e para o partido estão sofrendo um processo de criminalização. “Tem setores da sociedade que querem criminalizar isso, enxergam problemas onde não existe”.

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A CPI da Petrobras aprovou convocação de Okamatto para que ele explique doações de R$ 3 milhões feitas ao instituto pela empreiteira Camargo Corrêa, outra empreiteira investigada no esquema de corrupção da Petrobras.