Rui Falcão, presidente do PT: telefonema para que Temer reavaliasse a decisão de deixar a articulação política.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Petistas passaram o fim de semana tentando dissuadir o vice-presidente Michel Temer (PMDB) de deixar a articulação política. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, telefonou para Temer e pediu que reavaliasse sua posição. A informação foi confirmada por pessoa próxima do peemedebista. A intenção de Temer era ter uma reunião privada com a presidente Dilma Rousseff antes do encontro da coordenação política, na manhã desta segunda-feira, mas a reunião não aconteceu e Temer agora está no encontro da coordenação.

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Além do mal estar causado pela declaração de Temer de que o Brasil precisava de alguém que unisse o país, feita há algumas semanas, a relação dele com a cúpula do governo tem se deteriorado pelas quedas-de-braço travadas com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que quer tomar medidas de austeridade pondo em risco emendas acertadas entre Temer e a base aliada.

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Outro ponto é a pressão dos parlamentares pela saída do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspeito de receber propinas de US$ 5 milhões de empresas envolvidas na Operação Lava Jato. A defesa do PMDB é de que o próprio procurador-geral da República, que apresentou a denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF), não pediu o afastamento do deputado de suas funções.

O PT deve decidir hoje se apoia Cunha ou engrossa o coro dos que pedem seu afastamento e esse é um dos temas que está em discussão pela cúpula do partido e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula está reunido nesta manhã com o presidente do PT nacional, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, o presidente do PT paulista, Emídio de Souza, o presidente da CUT, Vagner Freitas e com o coordenador nacional do MST Gilmar Mauro. Na pauta, o enfrentamento da crise política e econômica, além da avaliação do ato de reação aos protestos do dia 16 passado, realizado na quinta-feira. Participam ainda o presidente da Fundação Perseu Abramo, Márcio Pochmann, e diretores do Instituto Lula.

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José Dirceu

Fontes próximas ao ex-ministro José Dirceu afirmaram nesta manhã à reportagem que o ex-ministro não está disposto a se desfiliar do partido. Dirceu está preso em Curitiba por supostas ligações com empresas envolvidas no escândalo da Petrobras. “Isso é uma bobagem, um boato”, disse um interlocutor do petista.

Uma desfiliação de Dirceu evitaria maior desgaste do PT em um eventual processo de expulsão do ex-ministro, um dos nomes mais destacados do partido.

Durante a descoberta do mensalão, em 2005, Dirceu não foi expulso, mas o então tesoureiro Delúbio Soares, sim. No entanto, ele foi readmitido na legenda alguns anos depois.