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Alvaro Dias: único senador do PR que assinou a CPMI. | José Cruz/ABr
Alvaro Dias: único senador do PR que assinou a CPMI.| Foto: José Cruz/ABr

Apuração

Gabrielli diz que pré-sal não sufocou CPI

Agência Estado

Rio de janeiro - O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, negou ontem que as discussões em torno dos projetos de lei para o pré-sal tenham "sufocado" a divulgação das apurações da CPI que investiga denúncias de irregularidades na estatal. "Na verdade, foram os editores de jornais que perderam o interesse, porque a apuração da CPI tem se mostrado num nível técnico, com poucas novidades no dia-a-dia", afirmou.

Gabrielli comentou ainda que está confiante na aprovação dos projetos de lei do marco regulatório do petróleo dentro do prazo previsto, principalmente porque todos os líderes de partido já concordaram com a data de 10 de novembro para dar início à votação das propostas na Câmara.

Brasília - Informações levantadas pela assessoria técnica do PSDB mostram que menos de um ano depois de serem denunciadas pelo Ministério Público por suspeita de fraudes em licitações e contratos de reforma de plataformas petrolíferas, três empresas envolvidas na Operação Águas Profundas da Polícia Federal voltaram a firmar contratos com a Petrobras. Somadas, as contratações totalizariam cerca de R$ 2,3 bi­­­lhões. As informações foram apuradas pela assessoria do PSDB no site da estatal e levadas a conhecimento da CPI da Petrobras pelos senadores Sérgio Guerra (PE) e Alvaro Dias (PR) em reunião realizada terça-feira.

Deflagrada em julho de 2007, a Operação Águas Profundas culminou no indiciamento de 26 pessoas (sendo 5 funcionários da Petrobras) e resultou em ação penal que está em curso na Justiça Federal do Rio de Janeiro. No entanto, ainda em 2007, uma das empresas investigadas – Estaleiro Mauá S/A (ex-Mauá-Jurong) – firmou quatro contratos para reparações em embarcações com a Transpetro S/A, subsidiária da Petrobras, que somam R$ 660 milhões.

Em 2008, nos meses de outubro e dezembro, a Iesa Óleo e Gás S/A e o consórcio Quip S/A (formado por Iesa, Queiroz Galvão e UTC En­­­genharia), também alvos da investigação da PF, firmaram três contratos com a estatal que juntos totalizam R$ 1,7 bilhão, um deles com prazo de encerramento em 2012. Os contratos preveem a construção dos módulos de remoção de sulfato, compressão e integração da plataforma P-55.

Os senadores tucanos questionaram, durante reunião de ontem da CPI da Petrobras, os contratos firmados entre a estatal e as empresas investigadas. Os oposicionistas quiseram saber se a estatal não leva em conta o histórico das participantes de suas licitações, sobretudo porque as concorrências se deram pela modalidade "convite", ou seja, em que a licitante escolhe as empresas que disputarão os contratos. "Em­­­bora possa ser considerada uma empresa quadrilheira, ela a Iesa continuam ganhando muito dinheiro da Petrobras. Os senhores não acham que há aí uma relação de promiscuidade?" questionou Alvaro Dias.

A assessoria de imprensa da Petrobras informou que uma comissão técnica da empresa também investiga os contratos.

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