O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) negou na tarde desta quarta-feira qualquer possibilidade de envolvimento com os desvios de dinheiro da Petrobras investigados pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. O Supremo Tribunal Federal (STF) registrou na última terça-feira a chegada de 28 pedidos de abertura de inquérito contra 54 pessoas suspeitas de participação no esquema. No grupo, o nome de políticos como Pezão poderiam estar citados, o que levaria à abertura de uma investigação contra o governador.
Pezão disse que se surpreendeu ao ver seu nome nos jornais atribuído a uma lista de políticos encaminhada pelo procurador-geral da república, Rodrigo Janot, com pedido de abertura de inquérito ao STF por envolvimento na Lava-Jato. “Torço muito para saber o porquê que o meu nome vem aparecendo na imprensa. Já me coloquei à disposição do juiz Sérgio Moro (que está a frente das ações da Operação Lava Jato), do presidente do STF, Ricardo Lewandowski e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que é o fórum do governador. Vou prestar qualquer tipo de esclarecimento”, disse Pezão, após participar da inauguração de uma unidade de ensino do Hospital Albert Einsten, no Centro do Rio.
Em dezembro, O GLOBO mostrou que documentos apreendidos nas sedes das construtoras Queiroz Galvão e Engevix — investigadas por suspeita de envolvimento no cartel para fatiar obras da Petrobras — revelaram registros de repasses que teriam sido feito pelas empresas a políticos e partidos que participaram das eleições do ano passado. Num manuscrito apreendido na sede da Queiroz Galvão, em São Paulo, havia nomes de diferentes candidatos com valores anotados ao lado. Num deles estava escrito “Pé Grande”, que pode ter relação com o governador Pezão.
Além disso, ainda de acordo com a Revista “Veja”, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa citou, em depoimento à PF, o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), de quem Pezão foi vice governador em 2010. Segundo Costa, Cabral seria um dos integrantes do suposto esquema de corrupção que desviaria recursos da Petrobras.
Questionado sobre o depoimento do ex-diretor, Pezão disse que esteve com Paulo Roberto Costa em “diversas reuniões”: “Eu estive em diversas reuniões de trabalho com o Paulo Roberto Costa. Mas nunca pedi ajuda para campanha. Tanto na minha campanha de 2014, como na campanha de 2010, quando era vice do Sérgio Cabral, nunca recebemos nenhuma contribuição ligada à Petrobras”, disse Pezão.
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