Mentor da Operação Satiagraha, o delegado Protógenes Queiroz vai responder a novo inquérito na Polícia Federal (PF). Réu em ação criminal por violação de sigilo funcional e fraude processual, o delegado que prendeu o banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity, agora é alvo de investigação determinada pela Justiça sobre seu suposto envolvimento em ações de espionagem - missões clandestinas abastecidas com interceptações telefônicas e filmagens ilegais e monitoramento de autoridades do governo, magistrados, políticos, advogados e jornalistas.

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A PF suspeita que entre os alvos de Protógenes estavam a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e seu antecessor, o ex-deputado José Dirceu. O inquérito foi ordenado pelo juiz da 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Ali Mazloum, que já abriu processo contra Protógenes por delitos que teria praticado no curso da Satiagraha. O magistrado acolheu denúncia da Procuradoria da República.

A PF vai escalar um delegado nível especial para conduzir o inquérito que poderá culminar no indiciamento do mentor da Satiagraha por prevaricação, usurpação de função pública e grampos ilegais. O ponto de partida para a devassa na carreira de Protógenes são seus próprios arquivos secretos - dois pen drives recolhidos pela PF, em novembro, armazenavam dados acerca de movimentos de Dilma e Dirceu. Há citações a Mangabeira Unger, ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, e diálogos interceptados de parlamentares - um senador e deputados. Protógenes não retornou contato da reportagem.

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