A Corregedoria da Polícia Federal em Minas Geais abriu nesta sexta-feira (3) um processo administrativo contra o delegado Protógenes Queiroz, que presidiu a Operação Satiagraha, por participar de um evento de campanha em Poços de Caldas (MG) em setembro do ano passado. Segundo o próprio delegado, o processo pode levar à sua exoneração da Polícia Federal.
De acordo com informações da Superintendência da Polícia Federal em Minas Gerais, o delegado participou sem autorização de uma propaganda política em prol do candidato do PT à prefeitura de Poços de Caldas, Paulo Tadeu Silva D´Arcádia.
Na propaganda, o delegado chega a falar em levar uma delegacia da PF para a cidade. O processo administrativo tem prazo de 30 dias para ser concluído, prorrogável por mais 30 dias.
Protógenes visitou alguns parlamentares no Congresso nesta tarde e comentou o novo processo. Ele diz ter recebido a notícia com "indignação". "Há uma minoria quase insignificante dentro da Polícia Federal que deseja isso [sua demissão], mas o desejo da maioria vai prevalecer. Este processo mostra que a perseguição vai continuar."
O delegado disse que vai à Justiça caso seja demitido. Ele reclamou de estar em uma função burocrática na PF, negou que esteja flertando com uma candidatura política, mas deixou em aberto a possibilidade de buscar outros caminhos. "Se não tiver espaço, outros horizontes se avistam."
Protógenes criticou também o inquérito que investiga o vazamento da Operação Satiagraha. Ele foi indiciado por ter compartilhado informações sigilosas com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e vazado informações para a imprensa. "Este não foi um inquérito policial levado a sério", disse.
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