A Polícia Federal (PF) apreendeu um bilhete escrito pelo presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, no qual ele faz referência a “destruir email sondas”, ao lado da sigla RR. A PF suspeita que seria uma ordem para apagar possíveis provas da participação da construtora no esquema investigado pela Operação Lava Jato. A defesa dele nega.
O bilhete lista uma série de pontos que Odebrecht acredita que rebateriam acusações contra ele e a empresa para serem usados por sua defesa. No meio, há a referência à destruição do e-mail.
O bilhete foi apreendido por volta de 10 horas da última segunda-feira (22), foi fotocopiado pela PF e encaminhado ao juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal de Curitiba, na manhã desta quarta-feira (24).
Um dos agentes da PF que fazia a segurança do local acredita que o empresário tenha uma “mania”, pois sempre sai da cela com algum papel escrito nas mãos e presume que ele tenha sido ingênuo ao imaginar que seu bilhete não seria examinado pelos policiais, como é praxe nas prisões do país. Segundo policiais, o procedimento é adotado para evitar que ocorram crimes posteriores à detenção, como a destruição de provas. Outra possibilidade seria que o empresário tenha feito as anotações para que ele mesmo se lembrasse de pontos a serem conversados com seus advogados.
Convocados pelo delegado da PF a falarem sobre o teor do bilhete, os advogados da Odebrecht, Dora Cavancanti e Rodrigo Rios, afirmaram que o verbo “destruir” se referia a uma estratégia processual e não à supressão de provas. Segundo eles, o bilhete original já está de posse da PF. Dora Cavalcanti acusou a PF de “tentar tumultuar o processo para justificar a prisão ilegal” de seu cliente
Na deflagração da 14.ªfase da Lava Jato, a Polícia Federal apreendeu na sede da Odebrecht em São Paulo um e-mail enviado pelo executivo da Braskem (subsidiária da Odebrecht) Roberto Prisco Ramos (que seria o RR do bilhete de Marcelo Odebrecht). A mensagem foi enviad para executivos da Odebrecht, incluindo Marcelo Odebrecht. Neste e-mail,havia menção a sobrepreço, que a Odebrecht alega ser uma expressão de mercado. O email foi endereçado ainda para Márcio Faria e Rogério Araujo, dois executivos da Odebrecht apontados por delatores da Lava Jato como representantes da Odebrecht no cartel que agia na Petrobras.
O e-mail de Ramos, endereçado a Marcelo Odebrecht, é uma das principais provas apresentadas pelo Ministério Público Federal de que o presidente da Odebrecht sabia das manobras do cartel e participava diretamente delas – o que embasou o pedido de prisão do empreiteiro.
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