Em mais uma frente da investigação que mapeou o chamado "mensalão do DEM" em Brasília, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam empresas de coleta de lixo, suspeitas de pagar propina a políticos do Distrito Federal e de mais três estados - Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Na segunda-feira, agentes federais apreenderam dinheiro enterrado no jardim da casa de uma promotora suspeita de integrar o esquema, além de documentos e computadores nos escritórios de 10 empresas e em residências de outros funcionários públicos.

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A nova vertente da investigação surgiu no curso do inquérito que apura a eventual participação de Deborah Guerner, do Ministério Público do Distrito Federal, no escândalo que derrubou José Roberto Arruda do governo do DF.

Na casa da promotora, no Lago Sul de Brasília, os policiais acharam, dentro de um cofre enterrado no quintal, o equivalente a R$ 280 mil em notas de reais, dólares e euros. O dinheiro estava embalado a vácuo. Junto dos maços plastificados havia CDs e três discos rígidos de computador.

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O cofre estava enterrado no jardim, a 40 centímetros da superfície, debaixo de uma mangueira. Em outro cofre, dentro da casa, foram encontrados mais dois discos rígidos. Os agentes também apreenderam centenas de páginas de documentos.

As buscas na residência de Deborah Guerner duraram o dia inteiro. Bem no meio da ação policial, foi preciso acionar uma ambulância do Samu: a promotora - que, em processo administrativo no Ministério Público, alega estar com problemas psicológicos - despiu-se na frente dos agentes. Ela teve de ser sedada.

Deborah Guerner passou a ser investigada após o delator do "mensalão do DEM", Durval Barbosa, acusá-la de receber propina para blindar Arruda em investigações do Ministério Público. A acusação de Barbosa se estende a Leonardo Bandarra, o procurador-geral do DF, de quem Deborah era braço direito. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.