A Polícia Federal (PF) vai buscar indícios de tráfico de influência e corrupção nas operações feitas no Senado pela empresa do neto do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). A Sarcris Consultoria, Serviços e Participações Ltda, registrada em nome de José Adriano Cordeiro Sarney faz intermediação de empréstimo consignado a servidores do Senado desde 2007, conforme revelou a edição de ontem do jornal O Estado de S. Paulo. Um dos objetivos dos agentes é averiguar se José Adriano se aproveitou do poder político do avô para ser contratado pelos bancos para intermediar empréstimos com o Senado.
O surgimento da Sarcris despertou atenção dos investigadores. O negócio dos créditos consignados no Senado estava na mira da PF desde a revelação de que grandes bancos pagaram cifras milionárias a empresas ligadas a familiares do ex-diretor de Recursos Humanos da Casa, João Carlos Zoghbi.
A polícia suspeita que empresas de intermediação de crédito, como as de José Adriano e dos parentes de Zoghbi, dividiam o ramo no Senado em uma espécie de loteamento. De acordo com uma autoridade da corporação ligada às investigações do tema, há possibilidade de abertura de um inquérito exclusivo para o caso do neto de Sarney.