Vinte presos na nova fase da Operação Lava Jato foram transferidos para a carceragem da Superintendência Regional da Polícia Federal (PF) em Curitiba na madrugada deste sábado, por volta das 4h30. Como a maioria deles está sob regime de prisão temporária, que tem prazo de duração só até a próxima terça-feira, a PF passará este fim de semana colhendo os depoimentos dos suspeitos, que começaram nesta manhã. Paralelamente, advogados dos suspeitos tentariam obter a soltura dos clientes por meio de pedidos de habeas corpus ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4).

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A expectativa da PF era de que a transferência de 16 detidos para a PF de Curitiba ocorresse ainda na noite de sexta-feira. Mas o avião da polícia que trazia os detidos teve problemas técnicos no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e a viagem teve de ser temporariamente adiada. Além disso, outros quatro suspeitos se apresentaram diretamente à sede da PF na capital paranaense. Ainda há cinco pessoas consideradas foragidas.

Sétima Fase A nova fase da Lava Jato atinge principalmente excutivos de grandes empreiteiras do país que tem contratos com a Petrobras, além do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, ligado ao PT. A ação investiga um esquema de desvio de recursos para políticos e partidos que apoiam o governo – sobretudo o PT, o PMDB e o PP.

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Impacto em BrasíliaTemerosos da abrangência da Operação Lava Jato, integrantes do PT e do PMDB avaliam que a situação do governo de Dilma Rousseff fica mais ainda fragilizada diante das turbulências que já enfrenta na economia e na relação com o Legislativo.

O Planalto tentará manter Dilma isolada do caso. Para isso, o governo espera que os seus principais apoiadores assumam, cada um, as responsabilidades por eventuais irregularidades na estatal, sem deixar tudo na conta do Planalto. PT e PMDB, principais aliados do governo, indicaram pelo menos dois alvos da Polícia Federal: Renato Duque, ex-diretor da Petrobras que teria ligações com o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil); e Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB na estatal

Mas as primeiras manifestações foram no sentido contrário. O PMDB negou que Fernando Baiano seja ou tenha sido interlocutor do partido. E a assessoria de José Dirceu negou ontem que o ex-ministro tenha indicado Renato Duque para a Petrobras.

Já a oposição pretende pedir, na CPI Mista da Petrobras, a convocação de Duque e do tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto – também suspeito de envolvimento no esquema.