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Filiada no PT desde 1989, Rosemary Noronha não deve ser expulsa do partido | Agência Estado
Filiada no PT desde 1989, Rosemary Noronha não deve ser expulsa do partido| Foto: Agência Estado

A Polícia Federal concluiu o inquérito da Operação Porto Seguro e enviou à Justiça Federal na sexta-feira informações sobre o esquema de venda de pareceres infiltrado em órgãos federais e no gabinete da Presidência em São Paulo. A PF indiciou Rosemary Noronha, ex-chefe do gabinete regional da Presidência em São Paulo, também por formação de quadrilha – ela já era suspeita de falsidade ideológica, corrupção e tráfico de influência. Agora, cabe ao Ministério Público Federal analisar o inquérito e apresentar denúncia ou arquivar o caso.

O delegado federal Ricardo Hiroshi incluiu Rose na lista de supostos membros da quadrilha após analisar o material apreendido no escritório da Presidência em São Paulo. Para a PF, e-mails da ex-chefe de gabinete da Presidência apontaram "relação estável" entre ela e outros integrantes do esquema que, segundo a investigação, era comandado por Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA).

Na semana passada, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse no Congresso que não havia "uma quadrilha instalada no seio da Presidência", pois Rose não era suspeita desse crime.

Filiada

No PT desde 1989, Rose não será expulsa do partido, apesar do estatuto prever o desligamento de filiados envolvidos em crimes. Em 2005, o então tesoureiro Delúbio Soares não teve a mesma sorte. Denunciado pelo esquema do mensalão, Delúbio foi expulso sumariamente.

Em reunião no Instituto Lula, dias depois da operação da Polícia Federal que trouxe à tona as denúncias contra Rosemary, o ex-presidente Lula e o ex-ministro José Dirceu expressaram preocupação com o caso. Segundo interlocutores, foi manifestado no encontro receio de que a ex-chefe de gabinete fizesse algum pronunciamento ou concedesse entrevista a veículos de imprensa. Rose, que não fez declarações sequer à PF, apenas emitiu um comunicado isentando Lula e Dirceu e se dizendo inocente.

O presidente do instituto e amigo de Lula, Paulo Okamotto, foi quem ganhou a missão de acompanhar o "caso Rose" de perto. Outro nome que, segundo petistas, tem contornado o incêndio é o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Em coletiva concedida ontem no encontro nacional da legenda, em Brasília, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, desmentiu que haja tentativa de proteger Rose.

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