A Polícia Federal convocou o pré-candidato do PSDB ao governo de Minas, Pimenta da Veiga, a prestar informações sobre um repasse de R$ 300 mil que recebeu em 2003 de agências do empresário Marcos Valério de Souza, condenado no mensalão do PT. Pimenta foi chamado à superintendência da corporação em Belo Horizonte há dez dias pela falar sobre o caso.

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Ele já havia sido convocado pelo mesmo motivo em 2005, no auge das investigações da PF e da CPI no Congresso sobre o mensalão petista, quando vasculharam a contabilidade das agências SMPB e DNA.Pimenta e Valério prestaram depoimentos às autoridades à época e ambos afirmaram que o valor era referente a serviços de advocacia que o ex-ministro prestara às agências do empresário.

A nova convocação pela PF pegou Pimenta de surpresa, segundo ele disse à reportagem. Ele evitou fazer juízo sobre a questão, mas disse considerar "curioso" ser reconvocado para falar de um fato ocorrido há 11 anos."Eu não atribuo a nada. É uma coisa curiosa, um assunto de 11 anos atrás", disse Pimenta, completando que na ocasião estava afastado de cargos públicos e tinha aberto seu escritório de advocacia em Brasília, motivo de ter sido contratado por Valério.

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Ele disse que, no auge das investigações de 2005, achou "absolutamente normal" ser convocado para prestar esclarecimentos na PF e que, desde então, o inquérito fora arquivado. O tucano afirmou ter declarado os pagamentos ao Imposto de Renda.

Na contabilidade da SMPB foi identificado um empréstimo de R$ 152 mil feito em nome de Pimenta no Banco BMG, com aval do próprio Valério e sua mulher à época, Renilda Souza.

Sobre isso, Pimenta disse que foi a maneira que o empresário encontrou para efetuar parte do pagamento. Afirmou que o próprio Valério quitou o empréstimo. Além do mensalão do PT, Valério é réu no mensalão tucano, um suposto esquema de desvio de recursos públicos carreados para a fracassada tentativa de reeleição, em 1998, do então governador Eduardo Azeredo (PSDB).

Azeredo renunciou recentemente ao mandato de deputado federal, pressionado pela proximidade do julgamento do caso. Por isso irá responder ao processo em primeira instância, e não mais no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele nega a denúncia.Desde que abriu seu escritório de advocacia em 2003, Pimenta se afastou da política e só voltou à ativa em meados do ano passado, quando aceitou o convite do senador Aécio Neves (MG), seu amigo e pré-candidato ao Planalto, para concorrer ao governo de Minas.

A Procuradoria da República em Minas diz que não há investigações em curso sobre o repasse a Pimenta. A reportagem solicitou informações à PF e aguarda resposta.

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