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Coletiva da PF acontece na manhã desta terça-feira (28). | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Coletiva da PF acontece na manhã desta terça-feira (28).| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira (28) a 16ª fase da Operação Lava Jato , batizada de Radioatividade. A operação aconteceu nas cidades de Brasília, Rio de Janeiro, Niterói, São Paulo e Barueri. Segundo a PF, o foco são contratos firmados por empresas investigadas com a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás.

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Foram presos nesta terça-feira (28) Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear, e Flavio Barra, presidente global da AG Energia, braço da Andrade Gutierrez.

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Entre os presos está o presidente licenciado da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva. Ele pediu o afastamento do cargo em abril, após virem à tona notícias de que ele teria recebido propina nas obras da usina nuclear de Angra 3. Parte das revelações foram feitas na delação premiada de Dalton Avancini ex-presidente da Camargo Corrêa.

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O presidente da Andrade Gutierrez Energia, Flávio Barra, também teve a prisão temporária decretada.

A força-tarefa afirma ter identificado R$ 4,5 milhões em propina pagos entre 2009 e 2014 pela Andrade e pela Engevix para Othon. De acordo com o procurador do Ministério Público Federal (MPF) Athayde Ribeiro Costa, a força-tarefa identificou uma nota fiscal da empresa Aratec, de propriedade de Othon, em dezembro de 2014 – um mês depois que os primeiros executivos foram presos na 7ª fase da Lava Jato. De acordo com os investigadores, a nota fiscal é uma tentativa de maquiar o recebimento de propina.

Para realizar os pagamentos de propina, as empresas investigadas utilizavam empresas de fachada para a celebração de contratos com a Aratec.

Já os mandados de busca e apreensão foram expedidos contra Ricardo Ourique Marques, Renato Ribeiro Abreu, Petronio Braz Junior, Othon Luiz Pinheiro da Silva, Maria Celia Barbosa da Silva, Fabio Andreani Gandolfo, Luiza Barbosa da Silva Bolognani, Ana Cristina da Silvia Toniolo e as empresas Eletronuclear, Aratec Engenharia Consultoria e Representações.

Delator diz que Cunha pediu propina de US$ 5 milhões

O consultor Júlio Camargo afirma que foi pressionado pelo presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a pagar US$ 10 milhões em propinas. Segundo Camargo, Cunha pediu US$ 5 milhões pessoalmente a ele.

+ VÍDEOS

“Dentre outros fatos investigados, são objeto de apuração nesta fase, a formação de cartel e o prévio ajustamento de licitações nas obras de Angra 3, e o pagamento indevido de vantagens financeiras a empregados da estatal”, registra o comunicado da PF.

Os presos serão trazidos para Curitiba, sede das investigações.

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Preso liderou Programa Nuclear Paralelo

Preso nesta terça-feira durante a 16ª fase da Operação Lava Jato, o presidente licenciado da Eletrobras, Othon Luiz Pinheiro da Silva, liderou o Programa Nuclear Paralelo entre 1979 e 1994. Executado sigilosamente pela Marinha, o programa resultou no desenvolvimento da tecnologia 100% nacional de enriquecimento do urânio pelo método de ultracentrifugação. Engenheiro e vice-almirante reformado, Othon disse, em entrevista ao Globo em março do ano passado, que o objetivo inicial do projeto foi desenvolver a tecnologia de propulsão nuclear e admitiu que os governos militares da época tinham interesse bélico no programa.

Nascido em Sumidouro, no interior do Rio, Othon pediu licença do cargo de presidente da Eletronuclear em abril, após notícias de que teriam sido feitas negociações para pagamento de supostas propinas a Silva nas obras da usina nuclear de Angra 3.

Contratos sob suspeita

Entre os contratos sob suspeita que estão sendo investigados pela força-tarefa nessa nova fase da operação estão diversos contratos firmados entre a Eletronuclear e a Engevix, além de dois contratos com a participação da empresa Andrade Gutierrez. Um deles se refere a renegociação de um aditivo, que ocorreu em 2009. Outra suspeita é sobre o contrato firmado pelo Consórcio Angramon, do qual a Andrade Gutierrez fez parte. A suspeita é que tenha havido favorecimento das empresas vencedoras da licitação.

Investigação

O dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, afirmou ter pago propina ao PT em troca de benefícios no contrato assinado com a Eletrobras para a construção da usina Angra 3, no Rio, registrou a revista Veja, neste mês.

Na ocasião, a Eletrobras negou as acusações.

A Lava Jato

Com início em um posto de gasolina – de onde surgiu seu nome–, a Operação Lava Jato, deflagrada em março de 2014, investiga um grande esquema de lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a Petrobras, grandes empreiteiras do país e políticos.

A 15ª fase da operação aconteceu no início do mês de julho e foi intitulada Conexão Mônaco, em referência a operações financeiras do ex-diretor no principado de Mônaco.

Na ocasião, foi preso preventivamente o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Zelada.

Outro lado

Em nota, a Andrade Gutierrez afirmou que “está acompanhando a 16ª fase da Operação Lava Jato e destaca que sempre esteve à disposição da Justiça. Seus advogados estão analisando os termos desta ação da Polícia Federal para se pronunciar”.

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