Fernando Pimentel, governo de Minas, é o principal alvo da investigação.| Foto: Manoel Marques/Imprensa MG

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (1.º), a terceira fase da Operação Acrônimo, que investiga o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), a primeira-dama Carolina Oliveira e o empresário Benedito Rodrigues, conhecido como Bené. Entre os alvos estão a casa do presidente da Cemig, Mauro Borges, na capital mineira. Assim como Pimentel, Borges é ex-ministro do Desenvolvimento. Ele assumiu a pasta em 2014, no último ano do primeiro mandato de Dilma Rousseff. A operação Acrônimo apura irregularidades no financiamento e na prestação de contas da campanha de Pimentel para o governo mineiro, em 2014.

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Bené, um empresário ligado a campanhas do PT, é o pivô da operação. No ano passado, foram encontrados R$ 113 mil em dinheiro vivo dentro de um avião turboélice que transportava o empresário, o que motivou as investigações da PF. A aeronave apreendida pertence a suas empresas.

Entre os demais alvos da fase deflagrada nesta quinta estão a CBF, no Rio de Janeiro, e as sedes das empresas Marfrig e Odebrecht Ambiental, em São Paulo. Na CBF, o alvo foi o contrato assinado com a MR Consultoria. A empresa pertence ao jornalista Mário Rosa, que é investigado na Operação Acrônimo, e foi contratada no final do primeiro semestre para dar consultoria ao presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, logo após José Maria Marin ter sido preso na Suíça. Um delegado e três agentes da PF foram à sede da CBF para obter cópias do contrato.

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Primeira-dama

A MR é investigada pela polícia por ter pago cerca de R$ 2 milhões para a Oli Comunicação, empresa pertencente à primeira-dama de Minas Gerais, Carolina Oliveira. O valor é metade o faturamento da empresa dela, de 2012 a 2014. Rosa atuou como consultor informal na campanha de Pimentel. A PF aponta os grupos Marfrig e Cassino (controlador do Pão de Açúcar) como autores de repasses de R$ 595 mil e R$ 362,8 mil, respectivamente, para Carolina. Em junho, a empresa de Mário foi alvo de busca e apreensão em Brasília.

A Oli Comunicação recebeu pagamentos milionários de empresas que firmaram contratos com o BNDES, segundo a Polícia Federal.Parte dos repasses ocorreu entre 2012 e 2014, período em que Pimentel era ministro do Desenvolvimento, pasta à qual o BNDES é vinculado. Ao todo, a PF cumpre 40 mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte, São Paulo, Rio e Brasília. Não houve mandados de prisão.

Outro lado

Nesta quinta, o advogado Pierpaolo Bottini, que defende Pimentel, informou que até o momento não sabe as razões das buscas, mas que tomará as medidas necessárias assim que souber o motivo da operação. O governador sempre negou irregularidades. Procurada, a assessoria de imprensa da CBF disse que, por enquanto, não vai se pronunciar oficialmente.

De acordo com Marcelo Leonardo, que representa Mauro Borges, seu cliente prestou depoimento na sede da Polícia Federal de Belo Horizonte. A reportagem ainda não conseguiu contato com as demais empresas.

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PF faz buscas na Marfrig

A Polícia Federal realizou buscas na Marfrig e em outros endereços, nesta quinta-feira (1º), como parte de uma operação que investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro e irregularidades na campanha do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), afirmou uma fonte da polícia. Procurada pela Reuters, a Marfrig não comentou imediatamente a informação.

A PF disse, por meio da assessoria de imprensa, que não vai se pronunciar oficialmente já que a operação ocorre sob sigilo por decisão judicial.De acordo com a fonte da PF, que pediu para não ser identificada, agentes realizam nesta quinta uma nova fase da operação Acrônimo, que investiga suspeita de desvio de recursos públicos para a campanha de Pimentel.

A primeira fase da operação foi deflagrada em maio, como resultado de uma investigação iniciada em outubro de 2014 depois que a PF apreendeu 113 mil reais em uma aeronave que chegava ao Aeroporto de Brasília.