A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta segunda-feira, a "Operação Vaga Certa", que visa a combater um esquema de venda de vagas em universidades públicas e particulares. Cinqüenta policiais federais estão cumprindo nove mandados de prisão e dez mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro e Ceará, expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Até agora seis pessoas foram presas: quatro no Ceará e duas no Rio.

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O agenciador da quadrilha é o cearense Olavo Vieira. Ele não foi encontrado no Ceará, no entanto, ele entrou em contato com a polícia para se apresentar ainda nesta segunda.

De acordo com a PF, a quadrilha contava com a participação de jovens universitários que faziam as provas dos vestibulares no lugar dos verdadeiros candidatos, os chamados de "pilotos". Eles recebiam cerca de R$ 6 mil por cada aprovação. Além disso, a quadrilha comercializava a venda de direito de transferência de universitários aprovados em universidades particulares para universidades federais e estaduais. Por cada uma dessas vagas a quadrilha recebia de R$ 25 mil a R$ 70 mil.

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A vaga mais cara foi do curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará. A polícia estima que 50 vagas em todo o Brasil foram conquistadas nesse esquema, metade delas no Ceará e o restante o Rio, Paraná, Minas e São Paulo. Por enquanto não há cmprovação de envolvimento das universidades no esquema.

O esquema funcionava desde 2004. As investigações começaram por iniciativa do Ministério Público Federal (MPF) com interceptações telefônicas e quebras de sigilo bancário e fiscal. O MPF ofereceu denúncia criminal e pediu a prisão preventiva dos acusados.

- Há dois aspectos negativos na atuação da quadrilha: a contratação de universitários para substituir os candidatos que compravam as vagas e o fato das vagas compradas serem para cursos de Medicina. O dano para a sociedade é duplo: corrompem-se exames vestibulares e abrem-se as portas para médicos com formação básica deficiente - ressaltou o procurador da República responsável pela denúncia, Marcello Miller.

A existência da organização criminosa foi comprovada pela prática reiterada de fraudes, utilização de identidades e de documentos falsos, falsificações de documentos e vantagem econômica pela organização hierárquica e pela distribuição de tarefas entre os integrantes da quadrilha.

Há provas da venda de pelo menos 20 vagas, e de que os acusados receberam valores que somados ficam em torno de R$ 500 mil. O MPF já obteve o bloqueio das contas bancárias dos acusados, para assegurar o confisco do produto dos crimes. Os réus responderão pelos crimes de estelionato, falsificação de documentos públicos e formação de quadrilha.

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