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Brasília (Folhapress) – A Polícia Federal encontrou ontem informações que fragilizam a versão apresentada pela defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), para o cheque de R$ 7,5 mil do empresário Sebastião Buani, sacado pela secretária do deputado, Gabriela Kênia Martins.

De acordo com o empresário, os recursos seriam parte da propina paga a Severino, quando ocupava o cargo de primeiro-secretário da Câmara, para que o restaurante Fiorella que funciona no anexo 4 da Câmara continuasse funcionando.

No segundo depoimento que prestou à PF, a secretária disse que os recursos tinham como destino à campanha de Severino Cavalcanti Júnior, filho do presidente da Câmara, em Pernambuco. No entanto, as supostas despesas feitas numa gráfica de Brasília não constam da prestação de contas de campanha de Severino Júnior no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A PF concluiu, portanto, de que a defesa apresentada pelos advogados de Severino é mentirosa ou houve crime eleitoral pelo filho do deputado. De acordo com as informações do TSE, Júnior arrecadou apenas R$ 1.000 para a sua campanha e gastou somente R$ 33,12, nenhum centavo gasto em gráficas, ao contrário do que afirmou a secretária de Severino.

Mais: as informações do TSE mostram que Severino Cavalcanti e sua filha Ana Cavalcanti, que também concorreu em Pernambuco, fizeram todas as despesas de campanha no estado. Seria de estranhar, na avaliação da PF, que apenas Júnior tivesse gastos em Brasília, como afirmou a secretária de Severino.

Perícia

O delegado da Polícia Federal que investiga o caso do "mensalinho", Sérgio Menezes, afirmou que ficarão prontas apenas na próxima semana as perícias no documento que garantiria a prorrogação por três anos da concessão do restaurante Fiorella, do empresário Sebastião Buani, e no cheque de R$ 7,5 mil.

A expectativa da PF era de que os laudos fossem divulgados ontem. Os documentos seriam anexados ao inquérito, que seguiu ontem para o Supremo Tribunal Federal (STF).

As investigações ficarão sob a responsabilidade do Supremo, pois Severino tem foro privilegiado e passou da condição de acusador para investigado no caso.

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