A Polícia Federal fez nesta sexta-feira buscas em 18 endereços de três empresas que abasteceram a conta da offshore Dusseldorf, aberta pelo publicitário Duda Mendonça nas Bahamas. Foi por esta conta que Duda, responsável pela campanha vitoriosa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, recebeu cerca de R$ 10,5 milhões do esquema organizado pelo então tesoureiro do PT Delúbio Soares com o empresário Marcos Valério, responsável pelos pagamentos à políticos aliados do governo. Documentos apreendidos serão encaminhados ao Paraná.

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Na operação batizada de Lavoura, os agentes cumpriram 15 mandados de prisão em Belo Horizonte, um em Curvelo, região central de Minas, outro em Capitólio, sul do estado, e mais dois no Rio de Janeiro.

As buscas foram pedidas pela força-tarefa formada para investigar o caso Banestado e os dados serão compartilhados com delegados que investigam o suposto mensalão, que seria pago a parlamentares da base governista.

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A partir dos documentos fornecidos por Duda e sua sócia Zilmar Fernandes, a CPI dos Correios e o Ministério da Justiça rastrearam o caminho dos R$ 10,5 milhões que o publicitário admitiu ter recebido no exterior.

Os agentes apreenderam documentos relativos a três empresas: Trade Link Bank, Radial Interprise e Deal Financial Coorporation. De acordo com o advogado do Banco Rural, Maurício Campos, os policiais estavam interessados em documentos sobre a movimentação financeira destas empresas em remessas para o exterior. O advogado afirmou ainda que as instituições investigadas não pertencem ao grupo do Banco Rural. As três empresas foram citadas nas CPIs como envolvidas no envio de dinheiro para o publicitário Duda Mendonça.

Foram apreendidos documentos sobre a movimentação financeira destas empresas, mas o teor dos papéis não foi divulgado, já que o inquérito está em segredo de Justiça. As caixas foram lacradas e serão levadas para o Paraná. De acordo com o delegado Alexandre Leão, do setor de comunicação da PF em Minas, a operação não tem, a princípio, relação com as contas de Duda Mendonça, mas qualquer irregularidade que for identificada nas documentações das empresas será investigada.

Na quinta-feira, o inquérito que investiga o suposto pagamento de mesadas a parlamentares foi enviado do Supremo Tribunal Federal para a PF. O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, ampliou o prazo das investigações por mais 30 dias. Além disso, mais oito diligências - entre depoimentos e mandados de busca e apreensão - foram pedidos.

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