O delegado da Polícia Federal Ricardo Hiroshi deverá abrir novos inquéritos para apurar fatos que ficaram de fora da primeira fase da investigação e apontam para outros crimes que teriam sido cometidos pelo grupo de Rosemary e de Paulo Rodrigues Vieira. A partir da Operação Porto Seguro, iniciada em 23 de novembro, a PF investigou a venda de pareceres de órgãos federais para a Tecondi, empresa concessonária de um terreno no Porto de Santos, e para o ex-senador Gilberto Miranda, interessado na exploração de duas ilhas, em São Paulo.

CARREGANDO :)

INFOGRÁFICO: Veja quais foram os políticos e funcionários públicos citados na operação

Mas, na análise dos documentos apreendidos no primeiro dia de buscas da PF, foram descobertos indícios de outros crimes. Segundo o ministro José Eduardo Cardozo, as novas investigações terão esses indícios como ponto de partida.

Publicidade

"São fatos que não estavam nesse inquérito (da Operação Porto Seguro) e que devem ser apartados e investigados", informou Cardozo.

Até a ida ao Congresso Nacional, na terça e na quarta-feira, Cardozo entendia que os laços da ex-secretaria com Paulo Vieira eram eventuais. Ela teria sido usada pelo grupo de Vieira. Agora, a convicção é que ela integrava a organização do ex-diretor.

O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), afirmou que o indiciamento de Rosemary Noronha mostra como a investigação da Polícia Federal pode ainda avançar e cobrou explicações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a relação com a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo.

"Se o diretor da PF e o ministro da Justiça disseram que não havia nada contra ela e agora aparece, é porque ainda tem muita coisa a ser investigada em relação à Rosemary e à quadrilha. Os e-mails mostram que ela centralizava as operações por tráfico de influência em suas mãos, citando nominalmente o presidente Lula, ora como PR, ora como chefe. O presidente Lula deve ao país explicações cabais sobre a relação que tinha com essa moça", defendeu.

O senador Álvaro Dias, líder do PSDB no Senado, afirmou ser pertinente o indiciamento de Rosemary por formação de quadrilha, devido ao papel que ela desempenhava nas ações do grupo, de acordo com a investigação da PF.

Publicidade