O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci será indiciado por prevaricação e denunciação caluniosa em função de seu suposto envolvimento na violação da conta bancária do caseiro Francenildo dos Santos Costa, que o desmentiu em depoimento à CPI dos Bingos. A informação foi dada à "Reuters" nesta quinta-feira por uma fonte ligada à investigação.
Palocci já está indiciado pela PF por crimes de quebra de sigilo funcional e quebra de sigilo bancário. Os novos indiciamentos estarão citados no relatório parcial que está sendo finalizado pelo delegado Rodrigo Carneiro Gomes, responsável pela investigação, e que será remetido à Justiça no dia 19.
No documento, a PF explica que Palocci cometeu prevaricação ao receber o extrato do caseiro das mãos do ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso e não denunciar o caso à autoridade competente - no caso, a própria PF.
O ex-ministro, que nega ter participação no comando da quebra do sigilo, de acordo com a fonte, sabia que aquele documento havia sido confeccionado de forma criminosa.
Para justificar o enquadramento de Palocci no crime de denunciação caluniosa, o delegado vai afirmar que o então ministro fez afirmações falsas contra Francenildo ao solicitar a abertura de inquérito contra o caseiro em função de suas movimentações bancárias.
Em conversa com o secretário de Direito Econômico, Daniel Goldberg, o então ministro disse que o caseiro teria recebido dinheiro para comprometê-lo na CPI dos Bingos, segundo a fonte. Com isso, Palocci solicitou a intervenção de Goldberg junto à PF para iniciar uma investigação.
Caso seja condenado, o ex-ministro poderá pegar até oito anos de reclusão.
Segundo a mesma fonte, esses novos indiciamentos deixam o caseiro Francenildo praticamente isento da suspeição sobre a origem dos recursos que foram depositados em sua conta. Ele também é investigado por suspeita de lavagem de dinheiro em função de movimentações da ordem de 38 mil reais na conta na CEF. Ele afirma que o dinheiro foi depositado por um empresário do Piauí que seria seu pai.
Nesta tarde, o delegado ouviu novos depoimentos. O primeiro foi o de uma servidora da CEF que pode ajudar a esclarecer a violação da conta. O outro foi o de uma representante do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
A PF quer saber se o Ministério da Fazenda influenciou o Coaf a confeccionar um relatório que detalha as movimentações de Francenildo. O documento foi encaminhado à polícia anexo a uma solicitação de investigação contra o caseiro.
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