A Justiça Federal no Paraná determinou que seja investigada a relação entre o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato da Polícia Federal, e o deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA). Segundo decisão desta quinta-feira (8) do juiz Sergio Fernando Moro, a PF deve remeter ao Supremo Tribunal Federal (STF) todas as informações que já foram coletadas na operação sobre o envolvimento dos dois, em cinco dias úteis. O mesmo procedimento deve ser adotado se forem identificadas provas de envolvimento de outras autoridades com foro privilegiado.
"Assim, quanto a essa possível relação entre Alberto Youssef e João Luiz Correia Argôlo dos Santos, deverá a autoridade policial, sem qualquer aprofundamento da investigação, verificar se há elementos probatórios já colhidos fortuitamente nos autos em relação a ela e, se positivo, reuni-los em processo apartado para posterior remessa a este Juízo que o declinará ao Supremo Tribunal Federal", afirmou o juiz na decisão.
O juiz ainda afirma que não precisa ser encaminhado ao Supremo todos os dados levantados pela Operação Lava-Jato, já que o objeto da apuração extrapola a relação entre o doleiro e o deputado.
No pedido de envio dos dados, o juiz ainda afirma que a Operação Lava-Jato não tinha como alvo a relação entre o doleiro e o deputado, mas que foram divulgadas na imprensa trocas de mensagens entre os dois. "Se isto de fato ocorreu durante a interceptação telemática de Alberto Youssef, tratou-se de autêntico encontro fortuito de provas. Falece a este Juízo competência para processar e julgar feito envolvendo Deputado Federal", afirmou.
A Justiça Federal do Paraná também determinou que sejam enviadas à Petrobras as informações de inquéritos sobre a empresa Ecoglobal Ambiental Comércio e Serviços Ltda. Segundo a decisão, a estatal quer acesso aos autos pois instaurou uma comissão interna de análise do caso e estuda aplicar "eventual sanção administrativa" à empresa. O pedido pelo acesso aos dados, feito pela Petrobras, alegava que há "potenciais danos à imagem da Petrobras" no caso.
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